Sepror promete orçamento participativo para Presidente Figueiredo-AM

Francisco Brito, 56, é agricultor. Mora na comunidade Nova União, no município de Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus) há três anos. No seu local de moradia, as pessoas produzem cupuaçu, macaxeira e frango. Mas, ano passado, Francisco teve

Presidente Figueiredo tem 56 comunidades rurais. O acesso a elas é difícil. Os ramais não têm asfalto e isso prejudica o escoamento dos produtos. Foram relatos como o de Brito que a Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) ouviu, no último sábado, durante uma audiência com os figueiredenses. Pelo menos 50 comunidades do município das cachoeiras estavam presentes. A idéia do secretário Eron Bezerra era apresentar as principais ações para a cidade, uma das mais próximas da capital. Entre as metas está a melhoria das vicinais. “Temos R$ 850 mil para cuidar dos ramais. Fomos discutir como esse dinheiro será aplicado. Será o orçamento participativo na prática. É a população quem vai dizer como quer a recuperação dos ramais”, disse.
 
Eron explicou que o recurso poderá ser usado para asfaltar 30 ramais ou colocar piçarra em 52. “As associações comunitárias vão ter que discutir suas prioridades”, afirmou.  
 
Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), Comissão de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Codesav), Secretaria Executiva de Pesca e Aqüicultura (Sepa), Prefeitura Municipal de Presidente Figueiredo e órgãos ligados à terra participaram da audiência. Eron se comprometeu a enviar mais um carro para a cidade e contratar mais técnicos para o Idam local. O objetivo é intensificar as ações de assistência técnica entre os produtores de Presidente Figueiredo.
 
 
Fecularia


 


Presidente Figueiredo está entre os municípios prioritários da Sepror no cultivo de mandioca. A cidade deve se unir a Manacapuru, Iranduba e Rio Preto da Eva na produção da fécula (amido). O secretário vai incentivar a plantação para abastecer, principalmente o mercado consumidor da capital, cuja demanda mensal é de 8 mil toneladas. A maior parte disso – 7 mil toneladas – vai para o Distrito Industrial, em forma de cola.


 


Atualmente, empresários do Pólo Industrial compram fécula de mandioca do Paraná e pagam aos paranaenses em torno de R$ 96 milhões por ano. “É inadmissível importar mandioca de outro lugar para produzir fécula. O Amazonas é o maior produtor de mandioca”, afirma Eron.
 
A meta da secretaria, além de deixar esse dinheiro no Estado, é criar 20 mil postos de trabalho diretos, no Amazonas. Para isso, a Sepror já fez contato com a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), de quem deve aportar recursos para financiar as fábricas de fécula. “Precisaremos de pelo menos R$ 10 milhões. A ADA dispõe de R$ 2 bilhões para projetos como esse”, informa o secretário. 
 
Cidades Agrícolas


Um grande projeto da Sepror no qual Presidente Figueiredo está incluído é o das cidades agrícolas. O município possui quatro assentamentos e o objetivo de Eron é trabalhar em conjunto com a prefeitura da cidade no sentido de priorizar as comunidades que serão beneficiadas com o programa. A idéia das cidades agrícolas é garantir educação, saúde, cultura, esporte e lazer para as pessoas que aceitarem se unir em núcleos e manter suas produções. “Com a dimensão do Amazonas fica difícil chegar a toda a população. Tem gente que mora isolado no meio da selva. Vamos dar oportunidade para essas pessoas terem qualidade de vida, desde que aceitem morar nucleadas”, explicou.
 
 
De Presidente Figueiredo (AM),
Mariane Cruz