Brasil é sacudido no dia de luta pelo passe livre

Dezessete das 29 capitais brasileiras assistiram hoje (22) a atos em defesa do Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre. As manifestações, promovidas pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), tinham como objetivo defender o direito à gratuid

Segundo o presidente da Ubes, Thiago Franco, o passe livre possibilita o real acesso à educação. ''Hoje, no país, 40% da evasão escolar ocorre por conta da impossibilidade dos estudantes de pagarem pelo seu transporte'', disse Franco.


 


No Rio de Janeiro, cerca de 800 estudantes se reuniram, no final da tarde, para exigir a manutenção da gratuidade no estado. Alunos de 30 colégios públicos do Grande Rio e da Região Metropolitana caminharam nas ruas do Centro e ocuparam as escadarias da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).


 


Durante o trajeto, os estudantes pararam para protestar em frente ao Tribunal de Justiça do Estado. De acordo com Thiago Franco, as empresas de ônibus do Rio teriam entrado com uma ação na Justiça para acabar com o direito ao passe livre.


 


Segundo a assessoria de imprensa da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), o objetivo das empresas não seria acabar com a gratuidade, mas pedir a revisão da fonte de custeio das passagens que não são cobradas dos estudantes das escolas públicas. De acordo com a Fetranspor, os custos deveriam ser pagos pelo estado, e não pelas empresas. Em São Paulo, a manifestação foi adiada para o próximo dia 28.


 


Vila Velha – Espírito Santo 


 


Estudantes de escolas estaduais localizadas em Vila Velha, capital do Espirito Santo, ocuparam a sede da Superintendência de Educação do município no final da manhã desta quinta-feira (22). Cerca de 200 jovens participaram do protesto pelo passe livre e por melhorias nas unidades de ensino. Na ocupação ocorreu quebra-quebra.  


 


Vidros do prédio foram quebrados, inclusive, o da porta de entrada, cadeiras foram destruídas e papel higiênico foi espalhado por todo o local. Reforço policial foi solicitado e os funcionários da superintendência foram dispensados e só retornam ao trabalho nesta sexta.


A bolsa de uma funcionária e um aparelho celular desapareceram no momento do tumulto. Segundo o superintendente, Roberto Luís Gomes, os manifestantes abriram gavetas e retiraram e rasgaram contratos de professores. Os documentos destruídos foram jogados no chão da superintendência.


 


A Secretaria de Educação classificou o ato como vandalismo e já deu início a um levantamento para checar quais contratos de professores foram destruídos, pois os profissionais podem deixar de receber benefícios, como o passe escolar.
Segundo a Secretaria, os manifestantes realizaram o movimento pelo passe livre e por melhoria nas escolas do município de Vila Velha.


 


A equipe de reportagem da Gazeta Rádios e Internet seguiu até a escola Doutor Francisco Freitas Lima, no bairro Ilha das Flores, mas foi informada por um funcionário que não havia ninguém para falar sobre o assunto.


 


Curitiba – Paraná


 


Por volta das 7h30 dessa quinta-feira (22), estudantes realizaram uma manifestação de cerca de uma hora que interditou a canaleta de ônibus da Avenida João Gualberto em Curitiba, capital do Paraná. Em frente ao principal colégio da capital paranaense, Colégio Estadual do Paraná, eles pediam implantação do passe livre.


 


Segundo informações da Urbs, o bloqueio da canaleta atrasou todo o sistema, pois aconteceu um comboio de biarticulados que não conseguia passar. As estações tubo para frente do Colégio Estadual ficaram lotadas e a Urbs deslocou emergencialmente 10 ônibus para ''esvaziar'' os tubos. Esses ônibus iriam recolher, mas foram redirecionados para acabar com o problema.


 


De acordo com a presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Sara Cavalcante, a manifestação foi para cobrar mais agilidade das autoridades sobre o passe livre para estudantes.


 


''Isso é um ato político, para que as autoridades apressem a decisão sobre o passe livre. Para abril vamos fazer novos protestos'', afirmou Sara em entrevista para a Rádio CBN.


 


Segundo a assessoria de imprensa da Urbs, já é ofericida a meia-tarifa, para os estudantes de baixa renda e qualquer gratuidade no sistema acarretaria aumento na tarifa, pois os outros usuários teriam que arcar com as despesas.
A Polícia Militar informou que cerca de 180 estudantes participaram da manifestação.


 


Segundo a Upes mais de 500 estudantes foram as ruas. Agentes da Diretran foram para o local para orientar o trânsito.


 


Belo Horizonte – Minas Gerais


 


O protesto começou na praça Afonso Arinos e terminou na praça da Assembléia Legislativa. Cerca de 300 estudantes participaram da manifestação que cobrou do governo do estado medidas para democratizar o acesso a educação. O trânsito na avenida Augusto de Lima ficou tumultuado.


 


Recife – Pernambuco


 


As uniões municipais e nacionais dos Estudantes Secundaristas e Universitários reivindicaram na tarde desta quinta (22), nas ruas do Recife, melhores condições em educação, segurança nas escolas e o passe livre, que dá direito aos estudantes de não pagarem as passagens de ônibus.


 


O protesto teve início no Ginásio Pernambucano, na Rua do Hospício, e prosseguiu até o Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio. Cerca de três mil estudantes participaram da manifestação. Os protestos interromperam o trânsito na Avenida Conde da Boa Vista.


 


Dois homens foram detidos sob acusação de roubo durante a passeata da classe estudantil, realizada na tarde desta quinta-feira, no centro do Recife. Durante o percurso foram registradas diversas brigas entre os próprios integrantes da manifestação. Alguns jovens chegaram a arremessar pedras. Representantes da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) disseram que vários jovens de gangues rivais teriam se infiltrado na passeata apenas para provocar brigas.


 


No final do percurso, uma comissão da UEP foi recebida por representantes do governo do estado, no Palácio do Campo das Princesas, que irão avaliar a pauta de reivindicações dos estudantes. A caminhada não causou grandes transtornos no trânsito.Segundo Vanessa Gomes, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Pernambuco (UPE), além de segurança dentro da instituição de ensino, a falta de infra-estrutura também é reivindicada. ''A nossa principal bandeira é a promoção do projeto de lei de autonomia da nossa universidade e a gratuidade, pois é a única universidade pública do País que cobra mensalidade'', diz.


 


Para Geraldo Vilar, presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), o movimento secundarista também exige a contratação de professores. ''Defendemos a melhoria da educação como um todo no nosso Estado, além do ensino básico'', afirma.