Equador: Correa denuncia boicote da oposição à Constituinte

O presidente do Equador, Rafael Correa, acusou nesta quarta-feira (28) a oposição de preparar uma campanha milionária de desprestígio contra seu governo e pretender vinculá-lo ao “terrorismo”. As ações seriam pretextos para boicotar a idéia de realização

“Os grupos opositores, com seus milhões de dólares, preparam campanha terrível dizendo que a Assembléia está destinada a derrubar a dolarização, impor no Equador modelos estrangeiros, o terrorismo”, denunciou. Segundo a coalizão de direita, Correa planeja incorporar o projeto venezuelano de seu amigo Hugo Chávez por meio da Assembléia, que o governo impulsiona mediante uma consulta popular convocada para o dia 15 de abril.


 


O presidente também rejeitou as denúncias sobre um suposto financiamento oficial aos movimentos cidadãos que apóiam a iniciativa. “Nosso grande desafio, companheiros, é caminhar passo a passo, de casa em casa, de família em família para pedir que votem no sim”, disse Correa durante um encontro com líderes camponeses e indígenas que marcharam até a sede do governo.


 


Volta ao Congresso


 


Também nesta quarta-feira, o presidente do Congresso do Equador, Jorge Cevallos, aceitou a decisão judicial que devolveu o cargo a 57 congressistas da oposição que haviam sido destituídos este mês por obstruir medidas para reformar a Constituição. A decisão de Jorge Cevallos, líder da oposição, causou confusão no Parlamento e alimentou as tensões entre a oposição e Correa.


 


A medida pode ter vida curta, já que a corte constitucional deve tomar uma decisão final sobre o caso nesta semana. Com a chegada dos suplentes dos parlamentares, Correa havia obtido uma maioria por margem estreita. “Tenho de aceitar a decisão do juiz de Guayas”, disse Cevallos ao Congresso, recebendo em resposta gritos de “traidor” por parte dos suplentes dos parlamentares.


 


O próprio presidente do Congresso havia dado posse aos novos parlamentares e permitido que houvesse sessão sem os congressistas expulsos. Correa e a oposição estão numa disputa de poder por causa da reforma da Constituição, que pretende reduzir a influência de líderes partidários que muitos equatorianos culpam pela instabilidade política do país.


 


Rixa


 


Há dois meses na Presidência, Correa já entrou em choque várias vezes com a oposição, a quem chama de “elites corruptas”. Ele afirma que suas reformas constitucionais vão atender melhor as necessidades dos pobres.


 


Os equatorianos vão votar num referendo em abril para decidir se convocam a assembléia constituinte. Os adversários de Correa temem que ele use a reforma na Constituição para enfraquecer o Legislativo e reforçar os poderes presidenciais – o que Correa nega.