Irã quer diálogo com Reino Unido sobre invasão de marinheiros

A Embaixada do Irã no Reino Unido afirmou nesta quarta-feira (28/3) que a crise criada pela invasão do mar territorial iraniano por 15 marinheiros britânicos pode ser resolvida através do diálogo, ressaltando que os militares agiram ilegalmente ao entrar

Em comunicado divulgado pela rede de televisão britânica “Sky News”, a delegação diplomática iraniana afirmou que os militares entraram meio quilômetro em suas águas territoriais.



“A violação das fronteiras internacionais e o ato intrusivo (dos soldados britânicos) justificaram as detenções”, afirma o comunicado.



No entanto, a Embaixada iraniana disse que se trata unicamente de um “assunto técnico e legal” e manifestou o desejo de que a crise possa ser resolvida diplomaticamente.



A nota foi emitida depois que o Ministério da Defesa do Reino Unido divulgou supostas fotografias de satélite e mapas para tentar convencer a opinião pública de que os militares não teriam invadido as águas iranianas.



Exibindo fotografias do oceano vazio, o vice-almirante Charles Style tentou convencer os jornalistas que os militares estariam 3 quilômetros dentro da parte iraquiana do Shatt al-Arab, um canal na fronteira do Iraque com o Irã.



O vice-almirante ainda exibiu fotografias de um receptor de GPS (Global Positioning System, sistema de posicionamento global por meio de satélites), que mostra o ponto onde os britânicos teriam sido abordados pelos iranianos.



O receptor, a bordo de um helicóptero, exibe as coordenadas do ponto onde está com baixo índice de erro, de no máximo uma centena de metros. Mas isso não prova onde os marinheiros britânicos estavam. Apenas os aparelhos dos marinheiros prisioneiros é que poderiam mostrar onde realmente estavam no momento que foram aprisionados.



Por outro lado, nenhum jornalista indagou do comando militar britânico o motivo de duas patrulhas da marinha do Reino Unido serem tão vulneráveis a ponto de serem interceptadas de modo tão rápido e sem defesa aérea, algo incomum em operações militares navais na região.