Apoio à causa dos 5 cubanos cresce em todo o mundo

Cresce em todo o mundo o apoio de setores progressistas da sociedade à causa dos 5 cubanos (Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González) presos desde 1998 nos Estados Unidos e mantidos incomunicáveis desde então.

O sacerdote Geoffrey Bottoms teve um encontro empolgante com os parentes dos 5 cubanos no Instituto Cubano de Amizade com os Povos, em Havana, sendo recebido por seu vice-presidente, Elio Gámez, que lhe agradeceu o trabalho eficaz do Comitê Pela Libertação dos Cinco, presidido por ele.
 


Na reunião, o ativista se referiu ao trabalho realizado com os parentes desde o último encontro, em novembro. Destacou o envio de cartões de felicitações pelo Natal aos Cinco, à secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e ao procurador-geral, Alberto González, exigindo a libertação dos Cinco.
 


Geoffrey Bottoms salientou os esforços que vão frutificando e os planos futuros para conseguir a libertação dos lutadores antiterroristas. “Nós estamos concentrados em conseguir o apoio do maior número de britânicos do Parlamento Europeu para que assine uma declaração que exija da Comissão Européia que pressione os Estados Unidos com vista a resolver o assunto dos Cinco ou que dê direitos plenos a eles para serem visitados por seus parentes”.
 


“Sei que, até hoje, 135 membros do Parlamento Europeu assinaram esta moção e deles 11 são britânicos. O melhor desta campanha é que nos permitiu encontrar com britânicos do Parlamento Europeu, que antes não tínhamos contatado. Em regra, as respostas são muito positivas. Somente recebi duas respostas negativas: um parlamentar europeu, do Partido Conservador, me respondeu que ele tinha certeza de que o governo dos EUA agiria corretamente sob qualquer circunstância e condição. Ou ele é ingênuo ou Washington lhe está pagando. Outro respondeu que acreditava que não era conveniente interferir nos processos judiciais de terceiros países e, particularmente, de um país onde há uma democracia absoluta. De repente, pensei que ele deve consultar seu psiquiatra. Acho que ele está sofrendo alucinações”, disse. 
 


“A declaração deve ser assinada por mais de 600 pessoas para que tenha validade na agenda da União Européia. Ainda temos que trabalhar muito”, completou.
 


Bottoms assinalou também outras atividades como o encontro sobre o tema dos Cinco e seu direito de serem visitados por seus parentes por ocasião do Dia Internacional da Mulher e a apresentação de uma resolução do sindicato de músicos britânicos exigindo a libertação dos Cinco e seu direito às visitas.
 


Neste momento, o sacerdote está tencionando que o serviço mundial da BBC faça uma entrevista aos Cinco. “Se esta entrevista for possível e transmitida nos EUA, isso ajudará a pôr fim ao bloqueio da mídia”, disse.
 


“Achamos que, expondo as injustiças do julgamento e as sentenças, vamos conseguir chamar a atenção do povo britânico e que a opinião pública saiba a tamanha injustiça que os EUA estão cometendo”, afirmou.
 


“Acreditamos que Washington vai perder esta batalha e que os Cinco serão libertados. Estamos certos de que Cuba irá para frente, livre de pressões e influências estrangeiras, e que continuará sendo exemplo e esperança para toda a América Latina e o mundo. Nesta luta, os Cinco estão na primeira linha de combate”, concluiu.
 


Apoio em todas as partes do planeta
Segundo a agência PL, a presença de uma delegação de jovens cubanos na Rússia, presidida pelo diretor da Escola Nacional da União dos Jovens Comunistas (UJC), Ernesto Corvo; da presidente da Federação dos Estudantes do Ensino Médio, Patricia Flechilla, e do aluno universitário Antonio Guerrero, filho de um dos Cinco, aumenta a solidariedade com os lutadores antiterroristas.
 


Estudantes e professores do Instituto Politécnico Empresarial de Moscou receberam os visitantes com uma atividade dedicada a René González, Gerardo Hernández, Fernando González, Antonio Guerrero e Ramón Labañino. A professora Tatiana Bielskaya explicou que existe um Clube do Intelecto no centro, onde se reúnem dezenas de alunos para estudar a história de Cuba.
 


Antonio Guerrero agradeceu à solidariedade com seu pai a seus companheiros e lembrou que as arbitrariedades do sistema judicial dos Estados Unidos impedem o rápido avanço do processo de apelação e a liberdade dos Cinco.
 


O embaixador cubano na Rússia, Jorge Martí, enfatizou que o primeiro parlamento do mundo que aprovou uma resolução a favor da libertação desses jovens, foi o da Rússia.
 


O Comitê Juvenil Dominicano de Solidariedade com os Cinco e organizações estudantis desse país fizeram uma manifestação na Biblioteca Central da Universidade Autônoma de Santo Domingo a favor da libertação dos Cinco cubanos presos. Defenderam o direito dos lutadores antiterroristas de serem visitados por seus parentes e denunciaram a injustiça.
 


Além disso, a Organização Popular libanesa Nasserista organizou um ato na cidade de Said e condenou a injustiça cometida contra os lutadores antiterroristas. Participaram do ato o deputado e presidente dessa organização Oussama Saad; o secretário-geral do Partido Democrata Popular, Nazih Hamze; e dirigentes de outras instituições libanesas e palestinas.
 


Sob o lema “Libertem-nos!”, a Associação de Amigos de Cuba na Eslováquia preparou um protesto para exigir a libertação dos Cinco, por eles terem dedicado suas vidas à luta contra o terrorismo em Miami, centro de agressão contra Cuba. Os participantes do ato, reunidos frente ao Monumento aos Presos Políticos na cidade eslovaca de Presov, acenderam cinco velas para expressar simbolicamente seu apoio à luta pelo retorno desses combatentes a Cuba.
 


Com o mesmo espírito de solidariedade, membros da Associação de Amizade Cuba– Polônia assinaram uma declaração de solidariedade: “Estes Cinco cubanos foram para os Estados Unidos a fim de informarem seu país das ações dos círculos terroristas da emigração cubana em Miami contra Cuba e impedir outros atentados terroristas. Contudo, são acusados de espionagem”, afirmou.
 


Da mesma maneira, líderes juvenis de uns 40 países reunidos na 17ª Assembléia da Federação Mundial de Juventudes Democráticas (FMJD) aprovaram a Declaração Política de Hanói, que destaca seu apoio à Revolução Bolivariana da Venezuela e ao movimento progressista da Bolívia, liderado por Evo Morales.
 


O Bloco de Esquerda do Parlamento Federal (Bundestag) alemão exigiu o direito de Olga Salanueva e Adriana Pérez de visitarem seus esposos nos cárceres norte-americanos. Os 53 deputados encaminharam uma carta ao secretário da Justiça dos Estados Unidos, Alberto González, reivindicando o direito de essas mulheres visitarem René González e Gerardo Hernández.
 


Há seis anos, Olga Salanueva não visita René e Adriana Pérez não vê Gerardo há mais de oito anos. O Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco patriotas cubanos exige que as mulheres do mundo reclamem o direito das esposas de visitá-los e exortou para uma campanha de solidariedade de 8 de março a 14 de maio, data do Dia das Mães em Cuba.
 


Por outro lado, as marchas realizadas em meados deste mês em Washington, San Francisco, Los Angeles, Seattle, Vancouver e noutras cidades do mundo contra a guerra no Iraque foram cenários em que reclamaram do governo de George W. Bush a libertação dos lutadores antiterroristas.