Aécio diz que não vai se aproveitar politicamente da crise aérea

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta terça-feira (3) que não vai se aproveitar politicamente da crise aérea para atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Aécio, a crise é reflexo do contingenciamento der recursos no

“Eu não quero me aproveitar de uma crise que tem afetado de forma tão profunda a vida de tantos brasileiros. Não quero fazer disso um embate político”, respondeu Aécio quando questionado sobre a atuação de Lula na crise aérea.



“Está absolutamente claro que contingenciamentos que vieram sendo feitos no passado impediram a modernização do sistema, impediram a ampliação dos servidores do sistema, em especial dos controladores”, afirmou ele.



Segundo o governador, a priorização do superávit primário em detrimento dos investimentos no setor causou a atual crise aérea. 'Hoje nós sofremos as conseqüências, repito, de vários anos sem investimento que já eram demandados pelo setor e que foram contingenciados em beneficio do superávit primário.”



Para Aécio, há uma tendência do STF (Supremo Tribunal Federal) determinar a instalação da CPI do Apagão Aéreo. As CPIs sempre foram um instrumento das minorias. O que eu espero em ela se instalando é que ela seja realmente um instrumento de busca de soluções, não apenas de investigação, mas da busca de soluções definitivas.”



Serra tirou sua casquinha



Ontem (2), o governador de São Paulo, José Serra –que pretende ser candidato à presidência em 2010– fez exatamente o contrário do seu colega de partido e aproveitou-se da crise aérea para “tirar uma casquinha” do governo federal. Em entrevista coletiva, Serra disse que “o Brasil precisa de governos que tomem decisões e não fiquem empurrando os fatos e as decisões com a barriga para, no final, resolver de maneira improvisada e desastrada, correndo atrás do prejuízo”.



O tucano disse que não está perturbado, com a crise no tráfego aéreo, apenas como brasileiro, mas também como governador de São Paulo, que detém a maior movimentação aérea do País. “Eu acho que teria dado tempo de montar um esquema alternativo para que o controle não ficasse apenas na mão de um grupo organizado. Essa medida de prudência, pelo visto, não foi tomada”, afirmou.



Reforçando sua visão antitrabalhadores, Serra criticou também a forma como terminou o motim dos controladores de vôo, que paralisou os aeroportos do País na última sexta-feira. “Ele foi encerrado com promessas de aumentos salariais, de reestruturação de carreira e de desligamento da Aeronáutica. Me parece uma solução traumática”, emendou.


 


Além das críticas, Serra também questionou o que irá garantir a melhora da qualidade do serviço nos aeroportos no futuro. “O que garante que não teremos novas chantagens? O que garante que o Brasil terá uma qualidade de controle do tráfego aéreo compatível com as normas internacionais?”, indagou.


 


Da redação,
com agências