Ministro diz que PAC da Educação vai exigir mudança de mentalidade

O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é, sobretudo, um plano de gestão nacional, um plano de mudança de mentalidade. Foi o que afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, à Comissão de Educação (CE) nesta terça-feira (3).

O ministro foi convidado pelos senadores a explicar a finalidade do programa de ensino que vem sendo chamado de PAC da Educação em referência ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que contém medidas para desenvolvimento econômico.


 


Haddad explicou ainda que o PDE, lançado no dia 15 de março pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está em fase de aperfeiçoamento pelo Palácio do Planalto, mas disse esperar que até o próximo dia 15 todos os atos normativos do plano estejam prontos para divulgação à sociedade. Para isso, de acordo com o ministro, estão sendo analisadas as diversas sugestões encaminhadas por especialistas da área, professores e pela sociedade em geral.


 


“São mais de vinte ações, que englobam desde a construção de creches até o atendimento a programas de pós-doutorado, para que nossos talentos tenham condições de permanecer no nosso país”, explicou o ministro, a respeito do plano.


 


Para Haddad, no entanto, o que norteia o projeto não são as ações isoladamente, mas a visão sistêmica da educação em seus diferentes níveis, etapas e modalidades – tudo voltado, segundo ele, principalmente para o aprendizado de qualidade.


 


Para a implementação do PDE, o Ministério da Educação (MEC) vai tomar por base os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), uma espécie de radiografia completa realizada em todas as escolas públicas brasileiras em 2005. A meta do ministério é, segundo Haddad, colocar em prática um plano de acompanhamento e monitoramento da qualidade de ensino do país até o ano de 2021, com metas parciais a cada dois anos, para dar sustentação às ações do PDE.


 


Experiências
 


Com base no Ideb, o MEC já sabe, por exemplo, quais os municípios brasileiros que registram os piores indicadores de qualidade, assim como aqueles que ostentam os melhores resultados. Para as piores regiões, o MEC vai contratar, mediante edital, 80 técnicos de alto nível para compor uma força-tarefa destinada a percorrer cada uma dessas localidades deficitárias e formular planos de trabalho e planos plurianuais de metas com ações definidas. Essa contratação será feita em parceira com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).


 


Para Haddad, essa força-tarefa só terá êxito se acompanhada de uma “mudança dramática do fenômeno da educação”. Para que isso aconteça, o MEC espera que se forme uma ampla cadeia de responsabilização e de mobilização de toda a sociedade – e não só dos agentes públicos – pelo sucesso do sistema educacional.


 


O ministro explicou ainda que o plano não se limita a atingir os municípios com piores índices de desenvolvimento, mas buscar também, naquelas localidades que obtiveram os melhores resultados do Ideb, experiências multiplicadoras para o resto do país.


 


– É um programa que vai criar uma nova cultura de apoio à educação, com meta na qualidade e foco na aprendizagem. Essa é a principal ação do PDE e que vai, a médio prazo, segundo nossa convicção, repercutir efetivamente na qualidade de ensino do Brasil – destacou o ministro.


 


Em sua exposição, Haddad explicou ainda que, para o sucesso do PDE, outro importante ponto tem de ser observado: a questão da infra-estrutura das escolas. Nessa área, uma das mais importantes ações é a implantação dos laboratórios de informática em todas as escolas públicas.


 


“Mais do que garantir a conectividade em todas as escolas públicas, o objetivo é a produção digital dos conteúdos. É um grande programa de inclusão digital”, explicou Haddad.



Fonte: Agência Senado