Fidel volta a criticar etanol e lamenta união de Lula e Bush

O líder cubano Fidel Castro, afastado temporariamente da Presidência, voltou a criticar nesta quarta-feira (4/4) em editorial o plano ''genocida'' do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de produzir biocombustíveis a partir de alimentos, e criti

O texto, de mais de 2.200 palavras, publicado pelo jornal Granma, é mais uma mostra da recuperação do líder, que desde julho do ano passado está afastado de suas funções, por problemas de saúde.



''Bush (…) declarou sua intenção de aplicar esta fórmula em nível mundial, o que não significa outra coisa a não ser a internacionalização do genocídio'', escreveu Fidel. Os EUA querem usar o biocombustível, produzido a partir de alimentos como trigo e milho, para reduzir em até 20% o consumo de gasolina até 2017.



''Esse uso colossal de cereais para produzir combustível (…) serviria somente para os países ricos economizarem 15% de seu consumo anual de automóveis vorazes'', disse.



Este é o segundo editorial de Fidel contra a política norte-americana de biocombustíveis em uma semana. No dia 29 de março, o líder disse que os planos de Bush ameaçam de morte mais de 3 bilhões de pessoas. ''De onde os países do Terceiro Mundo vão tirar recursos mínimos para sobreviver?'', perguntou Fidel no texto desta quarta-feira.



Lula
No editorial, o Fidel critica ainda o encontro em 31 de março entre Bush e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Camp David, nos EUA. O líder cubano deixa claro que não quer prejudicar o Brasil, mas afirma que ''ninguém em Camp David'' explicou de onde sairá o milho e outros cereais necessários para saciar a demanda de etanol dos EUA''.



Lula e Bush assinaram em março, no Brasil, um plano de cooperação para promover o uso de biocombustíveis. No texto intitulado ''Reflexões do Comandante-Chefe'', Fidel fala de outros temas.



Ele responde, por exemplo, às críticas de um assessor de Bush que acusou Fidel de deixar os cubanos famintos, depois que o líder fez as primeiras críticas aos planos de biocombustíveis. ''Me vejo no dever de recordar-lhe que o índice de mortalidade infantil em Cuba é menor do que nos EUA'', escreveu.



Fidel criticou também a guerra dos EUA no Iraque e advertiu sobre o perigo de um ataque ao Irã.



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