Lula admite substituir Waldir Pires na Defesa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está disposto a substituir o ministro da Defesa, Waldir Pires, como parte da solução para a crise do setor aéreo, informaram senadores do PT que estiveram com Lula na noite de terça-feira. Na avaliação de Lula, porém

Lula reuniu-se com a bancada petista num jantar oferecido na residência do senador Eduardo Suplicy, em Brasília. Aos colegas, o presidente teria afirmado que, para ''concluir a reforma ministerial'', precisa ''construir uma saída digna'' ao ministro da Defesa, criticado dentro e fora do governo por má gestão na crise aérea.



''O problema dos controladores não pode ser debitado exclusivamente na conta do Waldir'', afirmou o presidente, segundo o relato de dois senadores presentes ao jantar. ''Ele é um homem de 80 anos, com importantes serviços prestados ao país'', teria completado.



Lula antecipou aos senadores de seu partido que pretende convocar nos próximos 20 dias o Conselho de Defesa Nacional para discutir um plano de valorização das Forças Armadas.



Órgão consultivo, o conselho é composto pelo vice-presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado, e os ministros Justiça, Relações Exteriores, Fazenda e Planejamento, além dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
O CDN atua, sobretudo, nos assuntos relacionados à soberania nacional e à defesa do estado democrático.



A disposição de Lula é elaborar uma espécie de ''PAC das Forças Armadas'', com elevação das taxas de investimento no Exército, na Marinha e na Aeronáutica.
O presidente avaliou que não há saída para a crise no setor de aviação sem o fortalecimento da Força Aérea Brasileira (FAB).



De acordo com os relatos, Lula estaria ''decepcionado'' com a gestão anterior da Aeronáutica, do brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, mas satisfeito com a atuação do atual comandante, o brigadeiro Juniti Saito, encarregado de encontrar uma solução para a crise.



CPI do “Apagão”



Durante o encontro, o presidente avaliou que a CPI do “Apagão Aéreo”, proposta pela oposição, ajudaria a agravar ainda mais os atuais problemas. ''O país não ganharia em nada em mostrar fragilidades da Aeronáutica. O que precisa é superar a crise'', afirmou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP).



O governo calcula que está cada vez mais difícil evitar a instalação de comissão parlamentar de inquérito. Com maioria na Câmara, tentará concentrar as investigações o máximo possível para que não se transforme em mais uma ''CPI do Fim do Mundo'', nas palavras de um deputado da base aliada. O presidente afirmou no jantar que a Controladoria Geral da União (CGU) está apurando eventuais irregularidades na Infraero para que o governo não seja pego de surpresa.



Com Agência Reuters