Uruguai tenta identificar 20 desaparecidos de sua ditadura

A Justiça uruguaia tenta determinar a identidade de cerca de 20 presos políticos uruguaios que foram levados ilegalmente da Argentina em 5 de outubro de 1976 no chamado “segundo vôo” e que hoje estão desaparecidos, informa a imprensa local.

Segundo o jornal Ultimas Noticias, o juiz Luis Charles e a promotora Mirtha Guianze pretendem avançar “o máximo possível” nos detalhes sobre esse vôo, pois até agora as informações foram limitadas.



A existência do segundo vôo, que levou ao Uruguai prisioneiros que estavam detidos no centro clandestino “Automotores Orletti”, em Buenos Aires, foi confirmada em um relatório entregue pela Força Aérea ao presidente Tabaré Vázquez no dia 8 de agosto de 2005.



Charles começará a ouvir depoimentos no próximo dia 16. Entre os intimados estão o ex-ditador Gregorio Alvarez (1981-1985), o ex-comandante do Exército, Carlos Díaz, e o atual comandante da Força Aérea, Enrique Bonelli. O secretário da Presidência, Gonzalo Fernández, e os jornalistas Alvaro Alfonso, Gabriel Pereyra e Roger Rodríguez também devem depor.



Bonelli admitiu ter participado da operação como co-piloto quando era primeiro tenente. Gonzalo Fernández disse em agosto de 2003 no Parlamento que as pessoas transportadas no vôo clandestino “foram todas executadas” e depois sepultadas no 14º Batalhão do Exército.



No ano passado, o secretário da Presidência revelou que a informação havia sido passada por Díaz, que então era o comandante do Exército.