Colômbia: comunidades são despejadas e ameaçadas por militares
Por conta da forte presença de militares na região nordeste de Antioquia, pelos menos 350 pessoas estão refugiadas num acampamento humanitário desde o dia 1º de abril. Para chamar a atenção para o assunto, integrantes de entidades seguiram para Bogotá
Publicado 14/04/2007 19:18
Em coletiva de imprensa, Wilson Vega, membro da Associação Camponesa do Vale do Rio Cimitarra, afirmou que as Forças Militares estão recorrendo ao assassinato de camponeses e à militarização das veredas do nordeste antioquenho com o objetivo de “desalojar as comunidades e entregar o território às multinacionais”. Também alertou sobre a ameaça que as tropas estão fazendo sobre a existência de uma lista de 23 pessoa para serem executadas.
O porta-voz camponês também afirmou que se os desmobilizados não querem estar no conflito, não podem estar com o exército nas operações militares, apontando a comunidade e vitimizando a população civil.
Acrescentou que os camponeses exigem a desmilitarização de suas moradias e povoados e o respeito dos direitos humanos, e que para isso estão dispostos a levantar uma mobilização nacional conjunta com outras comunidades afetadas pela “segurança democrática”.
Por sua vez, Braulio Enrique Gracia, direito da Corporação Ação Humanitária pela Convivência e Paz do Nordeste Antioquenho (Cahupana), informou sobre a continuação do bloqueio econômico sobre as áreas rurais, bloqueio que foi negado pela administrações municipais, em particular a de Remedios. Gracia reiterou a invasão dos espaços civis efetuados pelas tropas da 14ª Brigada, o que gerou o despejo dos camponeses.
Na coletiva de imprensa também foram divulgados testemunhos de camponeses que foram afetados pela hostilidade das tropas, nos quais se denunciou a realização de montagens para apresentar pessoas executadas extra-judicialmente como “guerrilheiros mortos em combate”.
Fonte: Prensa Rural