Colômbia: comunidades são despejadas e ameaçadas por militares

Por conta da forte presença de militares na região nordeste de Antioquia, pelos menos 350 pessoas estão refugiadas num acampamento humanitário desde o dia 1º de abril. Para chamar a atenção para o assunto, integrantes de entidades seguiram para Bogotá

Em coletiva de imprensa, Wilson Vega, membro da Associação Camponesa do Vale do Rio Cimitarra, afirmou que as Forças Militares estão recorrendo ao assassinato de camponeses e à militarização das veredas do nordeste antioquenho com o objetivo de “desalojar as comunidades e entregar o território às multinacionais”. Também alertou sobre a ameaça que as tropas estão fazendo sobre a existência de uma lista de 23 pessoa para serem executadas.


 


O porta-voz camponês também afirmou que se os desmobilizados não querem estar no conflito, não podem estar com o exército nas operações militares, apontando a comunidade e vitimizando a população civil.


 


Acrescentou que os camponeses exigem a desmilitarização de suas moradias e povoados e o respeito dos direitos humanos, e que para isso estão dispostos a levantar uma mobilização nacional conjunta com outras comunidades afetadas pela “segurança democrática”.


 


Por sua vez, Braulio Enrique Gracia, direito da Corporação Ação Humanitária pela Convivência e Paz do Nordeste Antioquenho (Cahupana), informou sobre a continuação do bloqueio econômico sobre as áreas rurais, bloqueio que foi negado pela administrações municipais, em particular a de Remedios. Gracia reiterou a invasão dos espaços civis efetuados pelas tropas da 14ª Brigada, o que gerou o despejo dos camponeses.


 


Na coletiva de imprensa também foram divulgados testemunhos de camponeses que foram afetados pela hostilidade das tropas, nos quais se denunciou a realização de montagens para apresentar pessoas executadas extra-judicialmente como “guerrilheiros mortos em combate”.


 


Fonte: Prensa Rural