Cúpula sul-americana na Venezuela busca integração energética

Os países sul-americanos chegam à I Cúpula Energética regional com a expectativa de coordenar políticas para garantir a segurança no setor, resolver problemas com seus vizinhos e avançar rumo a uma união energética.

A reunião, que será realizada na segunda e na terça-feiras na Ilha Margarita, na Venezuela, contará com a participação da maioria dos presidentes dos doze países sul-americanos, entre eles o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que buscarão unificar seus esforços para superar as diferenças regionais na área.


 


O Governo do presidente anfitrião, Hugo Chávez, garante que utiliza sua riqueza energética para promover a integração regional mediante “convênios de cooperação”.


 


“Falaremos de como garantir aos povos da América do Sul o fornecimento energético necessário para o desenvolvimento integral”, afirmou Chávez nesta sexta-feira.


 


Um dos principais objetivos de Chávez ao convocar a cúpula foi encontrar um cenário para a análise de projetos de matéria energética que posam ser desenvolvidos na região.


 


Essa idéia explica por que Lula quer promover na cúpula um “anel energético” sul-americano. O plano é baseado na utilização das riquezas de gás, petróleo e água para avançar na formação de uma rede energética regional que permita à América do Sul cobrir a demanda de seu setor industrial.


 


Lula insistirá em sua campanha em favor do etanol, combustível cuja promoção se tornou um importante fator da política externa brasileira.


 


O Brasil proclamou no ano passado a auto-suficiência em petróleo, mas com o gás não acontece o mesmo. O país o importa fundamentalmente da Bolívia, onde o Governo de Evo Morales nacionalizou os hidrocarbonetos, o que produziu atritos nas relações bilaterais, em sua maioria já superados.


 


No entanto, continua sem uma solução firme a situação da Petrobras e seus grandes investimentos na Bolívia.


 


Morales queria aproveitar a cúpula para explicar a Lula os novos contratos petrolíferos, mas estes seguem travados no Congresso.


 


Na agenda do líder boliviano está, ainda sem confirmar, um encontro com seu colega argentino, Nestor Kirchner, para falar sobre o mesmo assunto, mas neste caso em relação à empresa hispano-argentina Repsol YPF.


 


O presidente da Argentina insistirá na cúpula sobre a necessidade de avançar na integração energética regional, e exemplificará com seus acordos com a Bolívia e a Venezuela, disseram à agência Efe fontes oficiais.


 


Chávez disse que, entre outros assuntos, analisará com Lula, Kirchner e Morales o avanço do Gasoduto do Sul, que prevê um investimento US$ 20 bilhões e terá uma extensão de mais de 12.500 quilômetros para levar gás venezuelano à Argentina com participação de gás boliviano, afirmou o líder da Venezuela na sexta-feira.


 


Por sua parte, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, considera a cúpula “uma grande oportunidade” para avançar na formação de uma rede energética regional que aproveite “as experiências de cada um para garantir a segurança energética”.


 


A reunião, que terá ainda a presença do presidente colombiano, Álvaro Uribe, também servirá para discutir o Gasoduto Transcaribenho, que já está “quase terminado”, segundo o presidente venezuelano.


 


Esse gasoduto ligará o Lago de Maracaibo, no oeste venezuelano, a Puerto Ballena, na Colômbia, e transportará diariamente à Venezuela até 200 milhões de pés cúbicos de gás metano.


 


A cúpula também terá a presença do chefe de Estado do Equador, Rafael Correa, que defenderá a consolidação da “soberania energética” e da União Sul-Americana, segundo disse a chanceler, María Fernanda Espinosa.


 


Peru e Paraguai também devem aprovar o projeto de biocombustíveis promovido por Lula, chegar a entendimentos com as empresas petrolíferas regionais para a compra de petróleo, e avançar em seus planos de produzir etanol.


 


Fonte: EFE