Restrição à meia-entrada não afetará carteiras da UNE e Ubes

Os estudantes que tiverem carteiras emitidas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) não vão precisar apresentar certificado de matrícula para pagar meia-entrada nos cinemas. A informação é do

Neste fim de semana a Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) começou uma campanha destinada a controlar com mais rigor a meia-entrada dos cinemas de todo o país.



Segundo o presidente da Feneec, Ricardo Difini, o objetivo é evitar os abusos e o excesso de emissão de carteiras de estudante. “Queremos disciplinar a proliferação de carteiras falsas”.



Desde ontem (14), os cinemas de uma das maiores redes do país exibem cartazes informando que só serão aceitas as carteiras de estudante dos ensinos fundamental, médio e superior, com vigência no ano de 2007.



Os portadores de carteiras com validade vencida são obrigados a apresentar o certificado de matrícula ou o comprovante de pagamento da mensalidade, além da carteira de identidade emitida por órgão oficial.



O aviso da Feneec destaca que as carteiras de cursos de idiomas e cursos extras não dão direito à meia-entrada.



Fiscalização por órgão público



O direito à meia-entrada para estudantes, conquistado na década de 40 do século passado, voltou a ser tema de discussão desde janeiro deste ano, quando as entidades estudantis realizaram uma reunião com o ministro da Educação, Fernando Haddad. Os estudantes apresentaram ao ministro uma proposta de moralização do uso das carteiras estudantis.



A UNE propõe que a emissão dessas carteiras seja fiscalizada por algum órgão público e não pela entidade representante das empresas. E também quer assegurar aos estudantes o respeito à opção da meia-entrada pelos produtores de eventos.



“O que acontece hoje é que o estudante acha que está pagando meia, mas na verdade o produtor cobra uma inteira de mentira e todo mundo fica se enganando”, afirmou Petta na ocasião.



O presidente da UNE explicou que, devido à falta de fiscalização, muitas pessoas conseguem uma carteira estudantil falsa. E como ocorre um excesso de meias-entradas nos eventos, os produtores acabam “encarecendo” o preço do ingresso.



Em 2001, lembrou, foi aprovada a Medida Provisória nº 2.208, que autorizou qualquer “estabelecimento, associação ou agremiação estudantil” a emitir documentos de identificação que dão o direito à meia-entrada. Até então, apenas a UNE e a Ubes emitiam as carteiras.



O ministro Fernando Haddad disse na época que iria analisar e aperfeiçoar as propostas da UNE. E argumentou que a regulamentação das identidades estudantis poderia inclusive diminuir o preço das entradas em eventos culturais.



“Quando se tem a regularização desse direito, acaba-se por beneficiar aqueles que têm o direito. O que nós precisamos é encontrar um modo de fazer com que a juventude seja beneficiada. E que não haja abuso na emissão na carteira”, disse o ministro na ocasião.



Da redação,
com agências