Chávez, Evo e Alberto Granado inauguram ELAM venezuelana
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, inauguraram no último domingo (15), no estado de Miranda, a sede venezuelana da Escola Latino-americana de Medicina (ELAM). O evento contou com a participação de Alberto Granado, companh
Publicado 18/04/2007 14:23
A ELAM-Venezuela é parte dos acordos da Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA) firmado entre Chávez e presidente cubano, Fidel Castro, em agosto de 2005. “O país mais agredido pelo império é o país mais solidário com os povos. O companheiro Fidel para mim é o primeiro médico do mundo. Os EUA mandam tropas para acabar com vidas, Cuba manda tropas para salvar vidas”, afirmou o presidente boliviano, Evo Morales, durante a inauguração da Escola.
Fortalecida pelo governo da Bolívia e por organizações sociais camponesas e urbanas latino-americanas, a ELAM pretende formar em medicina integral comunitária 200 mil jovens da América Latina e Caribe em um período de dez anos.
Medicina comunitária
“Estamos aqui para aprender medicina comunitária, socialista e humanitária, como nos ensinou o Che. Ao terminar nossos estudos, temos o compromisso de trabalhar em nossas comunidades”, disse o aluno boliviano David Aguilar, durante a inauguração da ELAM.
Nesta primeira etapa, iniciarão seus estudos 456 jovens latino-americanos, dos quais a grande maioria será de bolivianos. Os alunos participarão de uma primeira fase de preparação e adaptação, para depois seguirem à formação pré-médica.
Para incentivar a integração dos alunos, a pedido de Hugo Chávez, Fidel Castro anunciou, em um comunicado, que 200 alunos cubanos deverão integrar o primeiro grupo de estudantes.
Nos anos posteriores de formação, os estudantes deverão integrar o Sistema de Saúde Pública e o programa social de saúde, Missão Bairro Adentro, no qual participam mais de 20 mil médicos cubanos, que atendem às comunidades pobres da Venezuela. A duração do curso é de sete anos.
Concretizando sonhos
Para Alberto Granado, a iniciativa venezuelana pode desencadear a abertura de novas unidades das Escola pelo continente. “A presença de Evo e Chávez é sinal de que estamos avançando, que já não é sonho o que pensávamos o Che e eu. Agora estamos concretizando os sonhos de Bolívar, de Martí e do Che”, disse, antes de ser aplaudido pelos alunos da ELAM.
Do Brasil, 80 alunos provenientes de organizações como o Movimento Nacional de Luta por Moradia, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central de Movimentos Populares (CMP), entre outros movimentos, ingressaram à Escola.”Com gestos concretos como esse é que vamos construindo a verdadeira integração, com a participação dos povos, a partir da base”, avalia Joaquin Piñero, membro da Vía Campesina, um das organizações que participaram do evento.
Chávez aproveitou o evento para ressaltar a fragilidade do império estadunidense frente à integração latino-americana, e destacou que a ELAM não forma apenas médicos. “Não é somente formação de medicina. Aqui estamos formando em socialismo, formação da mulher e do homem novo”, afirmou o presidente venezuelano.