Congresso americano desafia Bush em relação a Iraque

Os parlamentares aprovaram ontem um projeto de lei que vincula a repatriação das forças militares com o financiamento da guerra, e o presidente americano George W. Bush afirmou que vai vetar.

Ao voto do Senado, de 51 contra 46 a favor da retirada, uniu-se o da Câmara de Representantes, que estabeleceu a retirada com 218 parlamentares a favor e 208 contra, ratificando a divisão que o assunto causa na casa legislativa americana.

“O presidente vai vetar essa lei”, insistiu a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. “O presidente está resoluto em relação a vencer no Iraque. O projeto de lei que eles nos enviaram hoje é uma missão derrotada”, lamentou.

Enquanto isso, o debate se torna mais tenso, já que o alto comando militar do país no Iraque emite sinais de que a ocupação pode tornar-se ainda pior para as forças dos EUA.

O general David Petraeus, comandante das tropas ocupantes, aposta em um aumento da violência caso sejam retirados contingentes dos ocupantes.

“Creio que haja uma possibilidade muito real de que aumentem os combates e isso vai levar a mais baixas”, alega o militar, que relembrou muitos americanos da derrota sofrida para o Vietnã há mais de 30 anos.

Para Harry Reid, líder da maioria democrata no Congresso, Bush está equivocado na sua negativa em mudar a condução da ocupação, embora seus partidários apoiem a iniciativa de mandar mais tropas e gastar mais dinheiro.

O senador democrata pelo Estado de Massachussets, Edward Kennedy, opinou que o país não pode cometer o mesmo erro que fez no Vietnã, observando que Bush está equivocado por ameaçar com um veto a iniciativa do Congresso.

Espera-se que os democratas consigam fazer coincidir o veto da Casa Branca com o 1.° de maio, data na qual o presidente Bush deu por “concluídas” as principais ações de combate no Iraque, em 2003.

Segundo estimativas feitas pela mídia americana, os democratas não conseguiriam fazer com que 2 terços do Congresso votem para anular o veto presidencial, o que faz com que pensem em um novo projeto de lei para retirar as tropas do Iraque e financiar o resto da ocupação.

Da redação, com informações da Prensa Latina