Retirada de monumento soviético na Estônia causa revolta

Forças policiais reprimiram com violência, em Tallin, capital da Estônia, manifestantes que protestavam nesta quinta-feira (27) contra a remoção de uma estátua no centro da cidade, em memória aos soldados soviéticos que libertaram o país da ocupação nazi-

A retirada de um monumento erguido no centro de Tallin, em memória aos soldados soviéticos que libertaram a Estônia da ocupação nazi-fascista durante a Grande Guerra Patriótica (1941 – 1945), fez com que milhares de pessoas saíssem às ruas da capital para evitar a remoção.


 


O governo estoniano, de direita, enviou tropas para reprimir os protestos, causando uma morte e ferimentos a 43 manifestantes. A remoção causou uma crise diplomática entre a Estônia e a Rússia, cujo parlamento pediu a Moscou que corte relações com o país báltico.


 


Blasfema e desumana


 


O presidente do Senado russo pediu a ruptura de relações diplomáticas entre as duas nações e o Ministério de Relações Exteriores classificou a remoção como “blasfema e desumana”.


 


A Rússia considera o monumento como uma homenagem a aqueles que deram suas vidas combatendo o fascismo em solo estoniano durante os anos da Grande Guerra Patriótica (1941 – 1945). O governo estoniano, de direita, tem seguidamente esbofeteado a memória dos veteranos, concedendo medalhas a estonianos que participaram das tropas de segurança (SS) hitleristas e removendo todos os traços da vitória soviética sobre o nazi-fascismo em 1945 do país.


 


O ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse nesta quinta em Moscou que dará “passos sérios” contra a Estônia. “Devemos reagir sem histeria, mas também dar passos sérios que demonstrarão nossa autêntica atitude ante essa ação desumana. Creio que essa é a maneira que vamos agir”, declarou o ministro, segundo a agência RIA-Novosti.


 


Morte nas ruas


 


Milhares de manifestantes saíram às ruas na noite de quarta-feira para protestar contra a retirada do monumento. As tropas de segurança teriam aberto fogo contra os que cercavam a estátua, ferindo 44 pessoas. Uma delas morreu ao ser hospitalizada. Mais de 300 pessoas estão detidas e espera-se outra grande manifestação para a manhã de sexta-feira.


 


Com informações da Agência RIA-Novosti