Reforma da previdência não pode prejudicar direitos, diz CUT
O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse nesta segunda-feira (27) que discorda da proposta do ministro da Previdência, Luiz Marinho, que pretende discutir as pensões por morte concedidas às viúvas e quer mudanç
Publicado 30/04/2007 19:36
“É preciso manter a situação atual colocada na Previdência Social em relação às pensões das viúvas. Não temos nenhum problema em avaliar distorções existentes nesse tema, mas sem abrir mão de qualquer direito estabelecido hoje na Constituição, inclusive no recebimento das pensões”, afirmou em entrevista coletiva à imprensa após o encerramento da reunião semestral da central sindical.
Para Artur Henrique, a discussão a respeito das pensões das viúvas seria válida se tratassem de valores “extremamente generosos”. “Mas esse não é o caso brasileiro”, declarou.
Em relação ao auxílio-doença, o presidente da CUT defendeu a manutenção do sistema atual em que os recebimentos são calculados de acordo com uma média dos salários dos últimos meses do trabalhador afastado. “Queremos a manutenção do auxílio-doença da forma como está prescrita hoje”, disse.
Artur Henrique disse ainda que a CUT é favorável a uma política de recuperação do poder aquisitivo dos aposentados, na mesma linha da política de valorização do salário mínimo durante o governo Lula. “Nós conquistamos uma política de valorização do salário mínimo que deveria ser estendida também ao conjunto dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Portanto, não podemos concordar apenas e tão somente com a reposição da inflação”, disse.
“Se o ministro pretende apenas repor a inflação, isso não é recuperar o poder aquisitivo e sim repor perdas. E reposição de perdas salariais, numa economia com inflação controlada, é o mínimo que qualquer categoria organizada está estabelecendo nas negociações”, acrescentou.
Ele ressaltou ainda que 97% das categorias conquistaram aumentos reais acima da inflação no ano passado. “Não seria com os aposentados que nós teríamos uma regra que limitasse a possibilidade de recuperar o salário”, considerou.
Marinho, que foi o presidente da CUT entre 2003 e 2005 e ministro do Trabalho no primeiro mandato do governo Lula, vem sendo alvo de manifestações devido ao reajuste de apenas 3,03% concedido aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Ele admitiu que, durante sua gestão, os aposentados nesta situação terão apenas a reposição das perdas referentes à inflação.
Com informações da Agência Estado