Datafolha: 64% dos brasileiros se declaram católicos

A percentagem de católicos chega a 71% na faixa com 60 anos ou mais; porém cai para 61% entre os brasileiros com 16 a 24 anos. São 67% dos que têm instrução até o fundamental e 59% dos com nível superior. Formam 66% na faixa que ganha até 2 salários mínimos, e 60% na com mais de 10 mínimos.

Evangélicos e sem religião

Já entre os evangélicos pentecostais – 17% do total em 2007 (veja o gráfico ao lado) –, a percentagem não se altera significativamente nas diferentes faixas de idade. Mas o número tende a cair, no mesmo ritmo, conforme se eleva a escolaridade e a renda: são 19% até 2 mínimos, com curso fundamental, e 11% acima de 10 mínimos, ou com curso superior.

A terceira faixa mais numerosa é formada pelos brasileiros sem religião: eles são 7% em 2007 (embora o Datafolha aponte que apenas 3% questionam a existência de Deus. Eles são mais numerosos entre os jovens: 11% na faixa de 16 a 24 anos, decaindo conforme aumenta a idade até 3% entre os de 60 anos ou mais. Aumentam sua fatia conforme sobe a escolaridade (de 6% para 11%) e a renda (mesmos números).

O percentual de entrevistados que dizem não ter religião chega a 15% entre os estagiários e aprendizes e a 12% entre os que apenas estudam no momento. Percentual idêntico é observado entre os profissionais liberais.

Taxa de decréscimo estaria caindo

A pesquisa Datafolha de setembro de 1994  perguntou pela religião de uma amostra de 20 mil eleitores. A divulgada agora usou dadosde oito pesquisas em 2006 e em 2007, em um total de 44 mil entrevistas. Entre as outras religiões, os kardecistas ou espiritualistas são 3%; umbandistas, 1%; adeptos do candomblé e de outras religiões afrobrasileiras não chegam a 1%; outras religiões atingem 3%.

O jornal Folha de S. Paulo, que dedicou sua capa de domingo à pesquisa do instituto do Grupo Folhas (97% dos brasileiros crêem em Deus), afirma que “a velocidade da queda da fração de católicos na população brasileira tem diminuido”. A afirmação é embasada por um comentário do diretor do datafolha, Mauro Paulino.

Redutos do catolicismo estão no interior

O relatório do datafolha aponta que nas cidades localizadas no interior do país, o percentual de brasileiros que se declaram católicos é de 70%, seis pontos acima da média nacional. Nas capitais, essa taxa é de 56%, oito pontos abaixo da média. Nas cidades localizadas em regiões metropolitanas, capitais incluídas, ela também é de 56%; quando as capitais são excluídas da análise ela é de 55%.

Os evangélicos pentecostais se destacam nas regiões metropolitanas do país. São 20% entre os que moram nessas cidades, capitais incluídas. Quando se levam em consideração apenas as capitais, essa taxa é de 19%; no segmento de municípios localizados em regiões metropolitanas, mas sem contar as capitais, ela chega a 23%, seis pontos acima da média registrada nacionalmente.

Nordeste e Sul são mais católicos

No Nordeste, o percentual de brasileiros que se declaram católicos chega a 71%, sete pontos percentuais acima da média. No interior nordestino essa taxa chega a 75%, 11 pontos acima da média. Já nas capitais da região ela fica ligeiramente abaixo da média: 61%.

Esses percentuais se assemelham aos registrados entre os moradores da região Sul, onde 70% se declaram católicos, sendo que essa taxa é de 73% no interior e de 63% nas capitais.

Nessas regiões são registrados os menores percentuais de evangélicos pentecostais: 13% entre os moradores do Sul, 14% entre os nordestinos. Nas cidades localizadas no interior de ambas as regiões a taxa de moradores que se declaram evangélicos pentecostais é de 12%, cinco pontos percentuais abaixo da média nacional.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o percentual de católicos fica dentro da média (62%), e a taxa de evangélicos pentecostais (20%) é ligeiramente maior do que a registrada no país como um todo, chegando a 23% nas cidades localizadas em regiões metropolitanas, excluídas as capitais.

No Sudeste, 59% se dizem católicos, taxa cinco pontos inferior à média nacional. Nessa região, os evangélicos pentecostais chegam a 20% (três pontos acima da média). A pesquisa permite uma análise, em separado, de três Estados dessa região: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

No Rio os não católicos são maioria: 54%

No Estado do Rio, a taxa de entrevistados que se declaram católicos fica 18 pontos abaixo da média, sendo de 46%. É o único estado brasileiro onde os católicos já deixaram de ser maioria absoluta da população.

Essa diferença se distribui entre os fluminenses de outras religiões e entre os que declaram não ter qualquer vínculo religioso, destacando-se os que se declaram evangélicos pentecostais (23%, seis pontos percentuais acima da média nacional), os evangélicos não pentecostais (7%), os espíritas (5%) e os que dizem não ter religião (12%, cinco pontos acima da média). Entre os que moram na capital, 45% são católicos e 24% são evangélicos pentecostais.

Entre os paulistas, 59% se dizem católicos e 20% evangélicos pentecostais. Entre os que moram na cidade de São Paulo, 54% se declaram católicos (10 pontos abaixo da média nacional) e 20% se dizem evangélicos pentecostais. Entre os que residem no interior do Estado essas taxas são de, respectivamente, 64% e 19%. Nas cidades localizadas em regiões metropolitanas do Estado, sem contar as capitais, a taxa de evangélicos pentecostais chega a 24%, sete pontos maior do que a média nacional.

A exemplo do que ocorre em São Paulo, entre os moradores de municípios localizados em regiões metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro, capitais excluídas, há mais evangélicos pentecostais. Nesse caso, eles são 29%, taxa 12 pontos superior à média nacional, e maior taxa verificada entre todos os segmentos analisados no estudo. Nessas cidades, a taxa de católicos é de 41%, 23 pontos abaixo da média do país, e a menor entre todos os segmentos analisados. Ateus e pessoas sem religião ficam acima da média, chegando a 13%.

Em Minas Gerais, 69% são católicos, 15% são evangélicos pentecostais e 5% são evangélicos não pentecostais. Contribuem para um percentual de católicos acima da média nacional as cidades do interior do Estado, nas quais 73% dizem seguir essa religião. Em Belo Horizonte, por outro lado, a taxa dos que se declaram católicos fica abaixo da média, sendo de 56%.

Entre os brasileiros mais escolarizados 9% se declaram espíritas, taxa seis pontos superior à média nacional. Entre os brasileiros que se enquadram no segmento de maior renda, a taxa de espíritas é de 8% (cinco pontos acima da média). Entre os profissionais liberais, chega a 13%. O percentual dos que se declaram evangélicos é ligeiramente maior entre as mulheres (19%) do que entre os homens (15%).

Com informações do Datafolha