Bairro Escola em Nova Iguaçu vira modelo para o Brasil

O programa Bairro Escola, projeto pioneiro desenvolvido pela Prefeitura de Nova Iguaçu, servirá de modelo para experiências de horário integral em outras cidades do Brasil, anunciou o ministro da Educação, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (14). Ele

Segundo Haddad, o Bairro Escola “é o paradigma para um projeto nacional, o Mais Escola”, lançado dentro do Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) do Ministério da educação (MEC) há um mês.



O diferencial do Bairro Escola é a rede de parceiros que a escola estabelece no bairro, onde o clube, por exemplo, cede a piscina que fica ociosa durante a semana para o uso das crianças, a igreja empresta a sala para aulas de reforço e assim por diante.



Além de baratear o custo per capita do horário integral – no Bairro Escola o custo é de R$12 reais para as crianças do primeiro segmento e R$34 para o segundo segmento. O projeto tem outro mérito: envolve toda a comunidade na tarefa de educar.



Os ministros, acompanhados do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, percorreram parte do trajeto utilizado pelas crianças da Escola Municipal Anna Maria Ramalho, em Miguel Couto. Ele andou do Senarte, parceira da escola, até a Escola Livre de Cinema, onde assistiram a um curta-metragem feito pelos próprios alunos. Depois, sob um palco armado na rua, uma peça encenada pelos estudantes da escola Douglas Brasil contando como foi esse primeiro ano de implantação do projeto.



Necessidade financeira



O balanço não fez referência apenas às vitórias, mas, principalmente, aos desafios enfrentados e os que ainda precisam ser vencidos. O prefeito Lindberg Farias lembrou que o projeto nasceu de uma necessidade financeira. “Não tínhamos dinheiro para construir grandes escolas, grandes equipamentos. Foi aí que surgiu a idéia das parcerias”, lembrou.



Ele destaca que “acabamos descobrindo aí um novo caminho. Um caminho que envolve a comunidade na tarefa de educar. Um caminho difícil, mas que, certamente, vale muito a pena. Como dizia o poeta Antônio Machado, “o caminho se descobre caminhando”.



Desafios



Na tarde de hoje (14) e nesta terça-feira (15), técnicos do MEC e educadores do Bairro-Escola, Escola Integrada e ONGs, estão debatendo, no espaço do Clube de Dirigentes Lojistas (CDL), no Centro de Nova Iguaçu, os principais desafios a serem vencidos pelo modelo do horário integral integrado à sociedade.



Esses desafios são os de fazer com que os professores se envolvam mais com o projeto, aumentar a adesão por parte dos pais e integrar mais os parceiros entre eles e o bairro.



O Bairro escola foi implantado em março de 2006, primeiramente no bairro do Tinguá, e ganhou destaque no Fórum Mundial de Educação, que reuniu 25 mil profissionais da área vindos de vários países durante quatro dias em Nova Iguaçu.



Atualmente, o horário integral é oferecido em 30 escolas municipais, em 20 bairros da cidade. Mais de 700 jovens atuam como agentes educadores e 148 parceiros cedem espaços para a realização das atividades do contraturno escolar.



Espaços como a piscina de um clube que fica vazia durante a semana, a sala da igreja, os computadores da ONG e a quadra da praça são aproveitados nas oficinas de teatro, cinema, informática, dança, esportes e aprendizagem (reforço escolar), que acontecem depois das aulas na escola.



A Prefeitura também atua com obras de infra-estrutura nas comunidades atendidas, transformando os bairros em espaços voltados para a educação. O trânsito ganha nova sinalização e a presença permanente dos agentes; o espaço urbano ocupado irregularmente por comerciantes fica liberado para a mobilidade dos estudantes, da escola até o local onde se realizam as oficinas. Os muros recebem pintura especial, feita por artistas locais e alunos do Bairro-Escola.



“Além de a cidade ficar mais bonita, os moradores passam a perceber a importância da educação no cotidiano deles”, afirma Maria Antônia Goulart, coordenadora geral do programa.



Fonte: Prefeitura de Nova Iguaçu