Renan diz que instalação da CPI das ONGs não faz mais sentido

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), autor do requerimento de criação da comissão, quer um prazo para que os líderes indiquem os integrantes da CPI das ONGs. Heráclito acusou a base aliada do governo de retardar a CPI –já que os senadores vão formalizar amanhã (17) a instalação de outra CPI no Senado para investigar a crise aérea.

Heráclito propôs que a CPI do Tráfego Aéreo não seja instalada até a CPI das ONGs ser criada. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), admitiu que o partido errou ao não negociar um prazo para a indicação dos integrantes da CPI das ONGs –como feito com a CPI do Apagão. Heráclito se mostrou disposto a aceitar o acordo somente se a instalação da CPI aérea for suspensa.

Mesmo contrário à CPI das ONGs, Renan disse que a decisão sobre a sua instalação será tomada pelos líderes partidários. “Essa decisão não é minha”, resumiu.

O senador do DEM justificou sua irritação com o argumento de que desde o final do ano passado vem lutando pela instalação da CPI das ONGs no Senado. Se for instalada, a CPI das ONGs terá como foco os repasses de dinheiro público feitos para organizações não-governamentais.

CPI do Tráfego Aéreo

A instalação da CPI do Tráfego Aéreo está marcada para amanhã (17). Em reunião realizada no início da tarde, o colégio de líderes do Senado chegou a um acordo preliminar em torno dos nomes para conduzir a Comissão e das linhas mestras de encaminhamento dos trabalhos. A CPI será presidida pelo senador Tião Viana (PT-AC), e terá como relator o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

As investigações deverão se restringir aos três fatos determinados constantes do requerimento de criação: os atrasos e superlotações de vôos; as causas do acidente com o avião da Gol em setembro do ano passado; e as denúncias de corrupção na Infraero.

A abertura da CPI será feita pelo senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), por ser o mais velho da comissão. A instalação da CPI, prevista para esta quarta-feira, foi adiada para amanhã devido às 14 medidas provisórias que trancam a pauta do Senado.

Dos 13 titulares da CPI no Senado, 8 são de partidos governistas e 5 da oposição. Mas a contabilidade de um líder aliado aponta a possibilidade de o jogo acabar empatado no plenário da comissão. É que o titular do PDT, senador Osmar Dias (PR), é do grupo independente, embora o presidente de seu partido, Carlos Lupi, seja ministro da Previdência.

A oposição conta com o voto de Osmar Dias (PDT-PR). Só o suplente pedetista – senador João Durval (BA) – é contabilizado como voto favorável ao governo. Com um governista na presidência, e considerando-se que o presidente só vota em caso de empate, restarão dez votos de titulares, em um plenário rachado ao meio.

Com informações da Agência Senado