Líder do DEM volta atrás e agora quer CPI da Navalha

O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN) voltou atrás em sua posição anterior e proclamou, em discurso nesta quarta-feira, que agora defende a proposta da CPI da Navalha – para acompanhar as denúncias investigadas ela Operação Navalha da Polícia Feder

O líder demista explicou que até esta terça-feira (22) era contrário a uma CPI. Mas anunciou que mudou de idéia quando a Câmara dos Deputados iniciou uma investigação sigilosa, por meio de pedido de informações ao Ministério Público. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), depois de ouvir o colégio de líderes de bancada, requisitou à PF cópias dos autos dos processos da Operação Navalha, para examinar o envolvimento de congresistas no escândalo de fraudes em obras públicas.



''Lista em circuito fechado''



''No momento em que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, foi buscar informações e trazer a crise para dentro do Congresso, requisitando à Justiça a lista de deputados envolvidos no caso, mudei de idéia'', relatou Agripino. ''Se é para receber uma lista em circuito fechado na Câmara, acho que o Congresso tem a obrigação moral de investigar e investigar o todo'', criticou ainda o senador.



''Eu considerava que esta era uma crise do Executivo, porque havia apenas menção a parlamentares e a Polícia Federal tinha competência para investigá-la. Mas diante da decisão da Câmara, não posso concordar, em nome da transparência e em nome da indignação da sociedade, que se faça nada em segredo'', argumentou o líder do DEM.



Renan: ''Descerei da isenção que devo ter''



Em seguida, a proposta da CPI da Navalha recebeu também a adesão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que é da base do governo. ''Do alto da responsabilidade do cargo de presidente do Senado Federal, farei o que a Casa entender que precisa ser feito. Se for necessário constituir uma Comissão Parlamentar de Inquérito para que tudo fique absolutamente esclarecido, descerei da isenção que devo ter, para assinar, em primeiro lugar, a instalação dessa Comissão Parlamentar de Inquérito – disse Renan, cujo nome figura nas investigações da PF, por supostas ligações com a empreiteira mafiosa Gautama, centro da Operação Navalha.



Em um breve pronunciamento após o discurso de Agripino, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) requereu a intervenção do ministro da Justiça, Tarso Genro, para que a Polícia Federal divulgue de maneira igualitária as informações sobre os resultados das investigações da Operação Navalha. ''Não é possível que um canal de TV se torne sócio da Polícia Federal na divulgação desses fatos'', disse Crivella, mencionando o tratamento diferenciado que a Rede Globo tem recebido na cobertura da ação da PF.



Da redação, com agências