PSDB inicia discussão sobre reformulação da legenda
O PSDB já começa a se preparar para as eleições municipais do ano que vem e para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2010. Neste sábado (26), os tucanos irão se reunir em Dourados (MS) para um encontro regional cujo tema será “Const
Publicado 24/05/2007 23:05
O processo de reformulação do PSDB tem a coordenação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Paralelo ao processo de revitalização da legenda, FHC também vem se reunindo com lideranças de outras legendas, objetivando rearticular os partidos de oposição em torno de uma agenda que possa se contrapor ao governo do presidente Lula, com temas que vão desde segurança pública até a geração de empregos e preservação do meio-ambiente.
Para executar esse processo de reformulação, o PSDB criou três grupos de trabalho para atualizar o programa, para traçar uma radiografia da legenda em todos os Estados e para refazer e estudar a linguagem de comunicação com a sociedade brasileira. Depois desses encontros regionais, os tucanos realizarão, em setembro deste ano, o 3º congresso nacional, para a escolha da nova direção e divulgação das novas diretrizes e do programa reformulado.
Além do encontro em Dourados, o PSDB vai realizar, na próxima segunda-feira (dia 28), em Brasília, o seminário “O PSDB e os Novos Desafios do Brasil”. O evento será aberto pelo presidente da legenda, senador Tasso Jereissati e terá a participação de deputados, senadores, governadores e do presidente de honra da legenda, Fernando Henrique Cardoso. A antropóloga Ruth Cardoso e a cientista política Sônia Draibe também irão participar deste seminário, no painel “Avançar no Combate à Pobreza e na Inclusão Social”.
Rearranjo oposicionista
Os seminários ocorrem num momento em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso trabalha para tentar rearticular a oposição ao governo de seu sucessor. Há uma semana, FHC reuniu-se reservadamente, em São Paulo, com um grupo suprapartidário de deputados. Discorreu sobre as linhas gerais de um plano para se contrapor ao Palácio do Planalto.
FHC defendeu no encontro a tese de que, sem uma agenda alternativa à do governo, as legendas de oposição a Lula se desvanecerão. Acha que, em vez de criticar as iniciativas de Lula –o PAC, por exemplo—, partidos como PSDB, DEM e PPS precisam erigir urgentemente uma pauta própria, com temas capazes de criar uma empatia com a sociedade. Mencionou violência, meio ambiente e geração de empregos.
A reunião ocorreu na quinta-feira (17) da semana passada. Deu-se num jantar, na casa do deputado José Aníbal (PSDB-SP). Participaram, além do anfitrião e de FHC, outros sete deputados egressos do grupo apelidado de “Terceira Via”: Paulo Renato (PSDB-SP), Gustavo Fruet (PSDB-PR), Bruno araújo (PSDB-PE), Arnaldo Jardim (PPS-SP), Raul Jungmann (PPS-PE), José Carlos Aleluia (DEM-BA), e Raul Henry (PMDB-PE), este último ligado ao grupo do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que dissente da linha de seu partido, consorciado ao governo.
Organizam-se dois novos encontros. O primeiro será na próxima segunda-feira (28), em Brasília. Acontecerá no início da noite, depois de um seminário tucano que terá em FHC uma de suas estrelas. Tomarão parte dessa segunda reunião as bancadas tucanas no Congresso –deputados e senadores— e convidados das cúpulas do DEM e do PPS. A segunda reunião será, de novo, em são Paulo, no dia 4 de junho, dessa vez com a presença do ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González e de um seleto grupo de congressistas brasileiros convidados.
No cenário que pinga dos lábios de FHC, a oposição encontra-se desarticulada, perdida. Algo que vem facilitando a movimentação de Lula. Na exposição que fez aos deputados com os quais se reuniu há sete dias, o ex-presidente disse que a realidade conspira a favor de seu sucessor. Avalia que a ausência de sobressaltos na economia mundial, vai permitir a Lula entregar taxas de crescimento superiores a 4% do PIB nos próximos anos, mesmo sem fazer reformas como a tributária e a previdenciária.
Com informações do Blog do Josias