Colômbia: Uribe promete libertar membros da Farc até junho
O presidente da Colômbia Álvaro Uribe anunciou nesta sexta-feira (25) que o governo libertará os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que estão presos, por “razões de Estado”, até o dia 7 de junho.
Publicado 25/05/2007 15:04
“No dia 7 de junho tenho que levar parcial ou totalmente o efetivo das Farc a um local de reclusão especial”, disse Uribe, sem especificar a quantidade de presos que irá libertar.
As condições que o governo exige aos guerrilheiros libertados é que não voltem a lutar e que sejam reinseridos na vida civil sob a tutela da Igreja católica, através de um programa governamental.
A libertação aparentemente propiciará uma aproximação com as Farc a fim de se chegar a um acordo humanitário para conseguir a libertação de 56 militares e políticos seqüestrados pelo grupo.
Nos últimos dias, Uribe conversou com o presidente francês Nicolas Sarkozy, que afirmou estar comprometido em ações para libertar a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, que está em poder das Farc.
Na quinta-feira, o grupo informou o beneplácito pelas negociações de Sarkozy, em uma entrevista de Raúl Reyes, um dos maiores chefes do grupo. “As Farc ratificam novamente ao presidente Nicolas Sarkozy e ao povo francês o nosso compromisso em buscar um acordo na troca de prisioneiros”, afirmou Reyes.
Por sua vez, Uribe autorizou há algumas semanas que quatro congressistas norte-americanos entrassem em contato com as Farc, a fim de negociar a libertação de três militares dos Estados Unidos.
Já o chanceler Álvaro Araújo disse nesta sexta-feira que o governo está pronto para um encontro direto com as Farc, mas sem que isso signifique a desocupação dos territórios, como exige o grupo guerrilheiro.
Condições
Uribe, que falou extensamente com rádios locais sobre o tema, também apresentou uma proposta para que os parlamentares da coalizão oficialista sejam soltos devido a acusações de ligações com os paramilitares.
O presidente propõe que, para conseguir esse benefício, os políticos que não estejam implicados em delitos de lesa-humanidade declarem a verdade, mesmo que fiquem por toda a vida politicamente desabilitados, uma vez que deverão assumir a responsabilidade penal pelos seus crimes.
A fórmula de Uribe para os políticos que cometeram crimes graves é a “liberdade parcial, mas com morte política para toda a vida, sem anistia, sem indultos e sem se eximir da responsabilidade penal”.
Fonte: Ansa Latina