Paralisação marca Dia Nacional de Mobilizações em Natal

 Já na madrugada da quarta-feira (23), entidades dos movimentos sociais paralisaram as atividades de várias empresas do setor têxteis e confecções. O ato bloqueou cerca de 100 ônibus que fazem o transporte de trabalhadores, representando aproximadame


Desde a madrugada, o movimento bloqueou a rodovia 160 da estrada de Extremoz, rota que dá acesso às principais indústrias locais. Aos poucos o trânsito ficou paralisado. Os sindicalistas chamavam motoristas e passageiros dos ônibus e demais veículos para que participassem da manifestação. Em pouco tempo milhares de trabalhadores engrossavam a manifestação. 



Em poucos minutos dezenas de carros menores, ônibus e caminhões estavam parados no meio da pista de Extremoz. Formou-se uma fila de aproximadamente três quilômetros. Por volta de 7h, o sentido contrário da pista também ficou interditado, com a chegada dos trabalhadores que vieram das empresas Randon, Guerra e Marcopolo. Em seguida, em marcha, todos se dirigiram a Empresa Guararapes (Riachuelo). Foram mais de 3 quilômetros de caminhada.


 


O que culminou num grande ato em frente à Empresa Guararapes (Riachuelo), onde vários sindicalistas falaram e conclamavam a participação de todos a se unirem em prol da defesa dos direitos trabalhistas. O movimento sindical, como aconteceu em todo o Brasil, foi as ruas contra a derrubada do veto presidencial a Emenda 3 da Lei que cria a Super Receita, contra a iniciativa do governo Lula de atacar o direito de greve, contra uma reforma da previdência que ataque nossos direitos. O momento também serviu para reforçar o apoio a Campanha Salarial Unificada dos sindicatos classistas (Costureiras, Têxteis e Calçados).


 


A Corrente Sindical Classista (CSC) teve grande participação no protesto, cabendo realçar que em Natal ocorreu a maior manifestação da cidade nos últimos 10 anos envolvendo o setor vestuário, reunindo cerca de 4 mil trabalhadores da base da confecções, sob a liderança de sindicalistas classistas e Centrais Sindicais. A lição que devemos tirar desta mobilização é que havendo empenho das lideranças os trabalhadores responderão positivamente dando à luta em defesa dos direitos sociais ameaçados pela ofensiva capitalista neoliberal um caráter amplo e massivo.


 


À tarde, as manifestações continuaram com a uma grande caminhada pelas ruas do centro. Vários sindicados classistas junto com a CUT e a Nova Central e movimento estudantil fizeram uma caminhada saindo do Sindicato de Educação – SINTE e terminando na Assembléia Legislativa. Na ocasião, o presidente da CUT, José Rodrigues entregou a presidente em exercício da Assembléia Márcia Maia, um documento contendo as reivindicações propostas pela Central, diversos sindicatos, com apoio da CSC e a Nova Central relativas à EMENDA 3. Na ocasião, estavam presentes, além das entidades sindicais e movimentos sociais, os deputados estaduais Fernando Mineiro e Micarla de Souza. No final do Ato houve a apresentação do grupo peixe boi encantado.



Repressão
 


Durante Ato em frente da Guararapes, houve repressão por parte da empresa ao trabalhador. Com a presença da diretoria de Relações Públicas, os trabalhadores foram pressionados a voltar ao trabalho. O movimento sindical não aceitou esse tipo de assédio e protestou garantindo o sucesso da paralisação.
 


Trabalhadores param no Dia Nacional de Luta


 


Há muito tempo não se via em Natal tão numerosa manifestação de trabalhadores. A aglomeração tomou conta do posto de gasolina na entrada para Extremoz/RN. Aproximadamente 4 mil trabalhadores de empresas como: Guararapes e Capricórnio (Confecções), Vicunha e Nortex ( Têxtil) acompanharam atentamente as falas dos dirigentes sindicais.



 


O movimento provocou o fechamento da Rodovia 160 que a acesso ao Parque Industrial de Natal por 5 horas a partir das 4h30 horas, o que resultou no atraso de 2 horas na produção das fábricas.


Nenhum direito a menos



O coordenador geral da Corrente Sindical Classista – CSC, Divanilton Pereira, saudou a ampla mobilização, que considerou histórica e ressaltou que o ato é uma expressão de que os trabalhadores têm força para defender os seus direitos. Criticou a proposta de emenda apresentada por deputados ao projeto da super-receita. Segundo ele trata-se de um retrocesso, e vai contra ao crescimento do país. “Neste momento queremos é avançar, com desenvolvimento, mais direitos, empregos e valorização do trabalho e não atrasar como vem querendo o Congresso Nacional com a implantação deste Projeto que acaba com todas as conquistas históricas que os trabalhadores conquistaram ao longo dos tempos. Esta mobilização é uma demonstração de que são os trabalhadores, com a sua luta, impulsionarão as mudanças que o Brasil necessita.”, frisou.


 


''Por isso não admitimos nenhum direito a menos”, enfatizou. A nossa luta é para que seja mantido o veto do presidente Lula contra a EMENDA 3, que é claramente contra os interesses dos trabalhadores, pelo livre exercício do direito de greve e contra a reforma previdenciária. A data de hoje demarca também um novo cenário no sindicalismo brasileiro, este em processo de reacomodação política e organizacional, ao reencontrar-se com seu necessário protagonismo político em uma sociedade, concluiu.



Para a presidente do sindicato das Costureiras, Navegantes da Silva, foi uma bela mostra de que a luta e a união dos trabalhadores precisa continuar firme. Segundo ela, a mobilização do Dia Nacional de Luta contra emenda 3 também serviu de espaço para fortalecer a Campanha Salarial em curso. “Foi uma manifestação como há muito não se via”, ressalta. Ela condenou ainda, a atitude das empresas de vestuário, de assédio moral e exploração, que obrigam os trabalhadores (as) a executarem tarefas de limpeza no setor, o que implica em desvio de função. “Precisamos acabar com essa exploração”, frisou Navegantes.



Devido a Campanha Salarial Unificada, Navegantes e a presidente do sindicato Têxtil, Edneide Jácome foram enfáticas ao pronunciarem que não vão aceitar o aumento proposto pelo patronal, de apenas dois reais. Isso é uma vergonha! Não aceitaremos este aumento, não assinaremos nenhum acordo! Palavras expressas pelas representantes dos setores das Confecções e Têxteis do nosso estado. 
               
De Natal (RN)  Manoela Macêdo.