Plenária Estadual da Unegro Pará

A União de Negros pela Igualdade realizou sua I Plenária no Estado do Pará, de onde saíram delegados para participarem no Rio de Janeiro do 3° Congresso Nacional da UNEGRO no período de 14 a 17 de junho deste ano. O evento se deu no auditório da Univer


Além, dos Quilombolas de Concórdia do Pará, Viseu, Moju, Acara, Almerim e Salvaterra, estiveram presentes na plenária Alunos do Projovem, Consorcio Social da Juventude de Belém representações da CSC, UJS, UNE, UMB, CEMJA, SINDFEPA, CEDENPA, Casa Brasil África, Circulo Palmerino e Grupo de Estudos Afro Amazônico.


 


A Programação foi constituída de Credenciamento às 8:30h o que seguiu se com uma mesa de abertura composta por João Mendes (Direção Nacional da Unegro), Jorge Farias (ex-Delegado Regional do Trabalho no Pará),Neuton Miranda(Gerente do Patrimônio da União-GRPU),Leandro Shilipake(presidente do PCdoB/Belém),Auxiliadora Sousa(Projeto Kizamby),Jairo Rodrigues (Presidente Estadual da UNEGRO – Pará) e Lurdes de Souza (Paranativo e da Unegro/Pará) todos  levantaram a importância da plenária , salientaram o momento histórico em que se dá o evento e  o papel que a Unegro deverá jogar no combate ao racismo e a discriminação do Negro no Estado do Pará, juntando-se as organizações já existentes e que atuam a mais tempo no  movimento no estado.
 


A mesa seguinte foi composta por João Mendes (Direção Nacional da Unegro) que procurou ressaltar o papel das políticas universais de ações afirmativas na superação do racismo e destacou elementos que fazem parte do balanço e perspectiva da ação política da UNEGRO no fortalecimento do movimento negro, já o Vereador Paulo Fonteles, membro da comissão de direitos humanos da câmara municipal de Belém, apresentou ao público  presente na plenária um profundo relato das principais lutas (balaiada, farroupilha, inconfidência mineira, cabanagem,chibatada,etc…)  que marcam a indignação do povo brasileiro e demonstram o quanto somos capazes de através da nossa repulsa rompermos com determinada lógica e criarmos outras que venham ao encontro dos anseios do povo.


 


Segue se as apresentações um caloroso debate com dezenas de inscrições onde surgiram propostas de bandeiras de lutas que a UNEGRO/Pará deverá encaminhar ao 3° congresso nacional da entidade e, segundo os participantes, ainda não estão bem nítidas nas teses da entidade como é o caso da efetiva adoção por parte das escolas públicas estaduais do ensino sobre a história da África e a discriminação contra os homossexuais.


 


No intervalo para o almoço os delegados presentes tiveram a honra e satisfação de ouvir e dançar o Carimbó embalados pelo grupo de Carimbo Pará Nativo, que depois de uma excelente demonstração de dança disse estar à disposição da UNEGRO/Pará para ajudar na luta pelo resgate e valorização da cultura negra.


 


Pela parte da tarde os seguintes palestrantes trataram os respectivos temas: Sandra Batista (Vice Presidente do PCdoB no Pará e ex-deputada Estadual) tratou sobre a mulher negra, fez um resgate histórico da vida das  escravas,de como eram tratadas pelos donos de escravos,apresentou dados indicando que, mesmo a pois a libertação dos escravos e até os dias de hoje, as mulheres negras brasileiras sofrem com a discriminação, a violência e o preconcebo, disse ainda que a UNEGRO deveria resgatar o trabalho e a relação que foi realizado por ela enquanto deputada.


 


O projeto da ex – deputada Sandra Batista tratava de políticas públicas nas diversas áreas: social, política e econômica e recebeu o veto da Governadora do Estado foi um dos pontos mais debatidos, onde ficou claro que a opção do governo pelo veto representou um retrocesso na luta do movimento negro no Estado e algo inesperado de um governo que teve como principal base de apoio os movimentos sociais. Sobre esse assunto foi informado que após a pressão do movimento negro houve um recuo do governo reconhecendo que a atitude foi equivocada e se encontra em andamento uma comissão composta por membros do governo e representantes do movimento que visa a elaboração de um novo projeto para ser apresentado na Assembléia Legislativa do Estado;


Eneida Guimarães (Secretária da Direção Estadual do PCdoB) e Jorge Farias (ex-Delegado Regional do Trabalho no Pará)  avançaram no tema que trata do fortalecimento institucional da UNEGRO, destacaram que o fato da entidade ter se constituído legalmente representa um grande avanço e a parti de então  é preciso  enraizar a UNGRO nos diversos municípios, prioritariamente nos que possuem mais de cem mil habitantes, estabelecer um plano de comunicação e realizar cursos que possam atingir dirigentes e militantes da UNEGRO no Pará.


 


Renata Rodrigues(professora-/geógrafa) discutiu com os presentes sobre as comunidades tradicionais apontou as dificuldades no caminho da titulação das terras quilombolas, a pesar do Pará ser o segundo Estado Brasileiro a promover titulações de terras de quilombos, 23 áreas, isso ainda é insuficiente se considerarmos as demandas existente.Ressaltou a necessidade de medidas que fortaleçam os quilombos contribuindo com sua fixação na terra tais como créditos específicos, financiamentos na área da moradia e de sua produção econômica.


 


Vanderlei Pinheiro (da Executiva Estadual da UNEGRO/Pará) discorreu sobre o desafio político e organizacional da juventude, antes ressaltou que desde os tempos da escravidão os jovens eram os mais penalizados, pois, segundo ele,quando os caçadores de escravo chegavam às tribos os capturados preferenciais eram jovens,já que o negro era uma mercadoria e quanto mais saudável e forte fosse o ele mais o escravista lucraria; dando seqüência ao tema afirmou que a UNEGRO/Pará deveria contra a redução da maior idade penal,justificando que os negros seriam os mais prejudicados por tanto a UNEGRO deveria exigir mais investimentos no setor social onde,segundo ele,localiza se os principais problemas que atingem a juventude.Afirmou que não podemos usar a policia para tratar questões de caráter eminentemente social. Finalizou dizendo que a UNEGRO deveria criar mecanismos para atrair a juventude negra mostrando a ela a importância de se organizar em uma entidade política que luta pelos seus direitos.


 


Ao final do evento foi eleita uma bancada de dez delegados e seis suplentes para participar do 3° congresso nacional da UNEGRO.Isto feito foi chamado para mesa o presidente Estadual da UNEGRO, Jairo Rodrigues e o Dirigente Nacional da entidade que agradeceram a todo e atribuíram a eles o sucesso da vitoriosa planaria realizada.Ocorreu um Fato inusitado, o senhor Carvalho do quilombo de Concórdia do Pará pediu a palavra e disse que teria composto naquele momento um o hino da UNEGRO e passou a cantar emocionando a todos os presentes.


 


Da: Direção Estadual da Unegro