Aliada de Chávez participa das 500 milhas de Indianápolis

Mas a piloto de 35 anos não será a única. Pela primeira vez, três mulheres largam hoje para as 200 voltas da prova – Danica Patrick e Sarah Fisher também alinharão seu carros.

Cabelos longos, olhos sempre maquiados e jeito de modelo, Milka foi educada para ser engenheira naval. Mas não parou aí. Formou-se em desenvolvimento organizacional, arquitetura naval, administração marítima e biologia marinha.

Responsável por colocar a Venezuela pela primeira vez em um grid das 500 Milhas de Indianápolis, Milka levanta outra bandeira: a do presidente de seu país, Hugo Chávez, inimigo mais que declarado dos EUA, palco da prova desta tarde.

Seu principal patrocinador é a petroleira venezuelana Citgo, disposta a difundir a mensagem socialista de Chávez. Sua presença na IRL chegou a gerar apreensão, logo rechaçada por Tony George, o homem que dirige a categoria, nada disposto a perder os dólares da empresa. ''A Citgo é norte-americana. Os donos é que são estrangeiros. Isso é muito comum'', alegou.

''No meu país acontecem várias coisas boas. E meu patrocinador também faz coisas muito boas'', sentenciou Milka.

A piloto até atuou na campanha de Chávez em 2006. Esteve num discurso, no qual elogiou os programas do presidente que teriam reduzido o índice de analfabetismo na Venezuela. No final, Milka e Chávez se abraçaram. ''No meu país, o governo ajuda os carentes. Todos podem freqüentar escolas e universidades de graça.''

Na semana passada, os dois trocaram elogios em um telefonema. ''Você é uma das pessoas que acreditaram em mim desde o começo'', disse Milka, que larga em 29º lugar – o brasileiro Hélio Castro Neves sai na pole, seguido por Tony Kanaan. Danica larga em oitavo, e Sarah, em 21º lugar. ''Milka é uma mulher extraordinária, que levará a nossa bandeira para as 500 Milhas de Indianápolis'', afirmou Chávez.

Fonte: Folha de S.Paulo