Ultra-direita religiosa israelense quer proibir computadores

Um grupo de judeus ultra-direitistas lançou uma campanha para proibir totalmente o uso de computadores, por considerar que são “o mal disfarçado” e o autêntico “Satã”.

Uma seita hassídica (corrente mística judaica) fundada no século 19, os gerrer, batem de porta em porta tentando convencer os membros da comunidade que possuem um computador dos “perigos espirituais” que isto representa para sua família, segundo a edição de segunda-feira (28) do jornal Haaretz.



Faça o que eu digo, mas…



Embora os ultra-ortodoxos sejam proibidos de ver televisão, ir ao cinema e usar o computador, muitos deles têm esses aparelhos em suas casas.



“A inclinação ao mal e o Satã corruptor se envolveram em uma inocente fantasia em forma de computador”, amedrontava no domingo o editorial do direitista jornal “Hamodia”, dos gerrer.



O jornal critica o “declive espiritual” da juventude “haredi” (em hebraico, os “temerosos de Deus”), segundo ele exposta a imagens “proibidas” na internet.



Os “gerrer” assinam o editorial em nome dos “pais e educadores e dos que estão atentos ao mal-estar das pessoas que buscam um modo de vida fora do abismo” porque desistiram de pedir ao governo israelense que execute seus pedidos. Com sede em Jerusalém, a “Ger” é uma das mais influentes comunidades religiosas.


 


Internet “kosher”



Há poucos dias, o rabino Ovadia Yosef, líder espiritual do partido Shas sefardita, entrou no debate iniciado pelos ultra-direitistas asquenazes, com a proposta de uma internet própria. Trata-se de um sistema que permitiria apenas o acesso a uma série de sites aprovados por um comitê rabínico especial.