Condsef prepara manifestação contra limite de gastos com pessoal

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) vai promover uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, no próximo dia 12, quando pretende reunir em Brasília, caravanas de diversos estados para participar da atividade que tem

Dos órgãos que fazem parte da base da entidade já estão parados Ibama, Incra, Cultura e Ciência e Tecnologia. Outras categorias devem discutir em plenárias setoriais a adesão ao movimento. No dia 11, Saúde e Advocacia geral da União (AGU) realizam suas plenárias. Entre os dias 4 e 6 de junho, servidores da Ciência e Tecnologia estarão em Brasília para manter contato com os parlamentares.



O governo enviou ao Congresso um Projeto de Lei Complementar que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal, com o objetivo de conter o crescimento do gasto com pessoal do governo federal, estabelecendo teto de 1,5% para o crescimento anual da folha de pagamento da União.



Diminuição de despesas



A aplicação desse limite, por 10 anos como estabelecido na proposta, num cenário de crescimento econômico, representa uma diminuição dessas despesas. O projeto, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está sendo rejeitado pelos movimentos sindicais e servidores públicos federais, que vê nele uma ameaça à qualidade e ampliação necessários dos serviços públicos.



Segundo Flávio Tonelli, assessor técnico da Liderança do PCdoB,  implementação da medida ''se contrapõe às medidas pró-crescimento econômico do PAC, pois o seu maior efeito é incapacitar o Estado para o exercício do seu papel de emulador do crescimento, regulador e fiscalizador da atividade econômica e instrumento da cidadania por meio da devida prestação de serviços públicos de qualidade''.



Segundo Tonelli ainda, ''o projeto é mais uma concessão às medidas de restrição ao Estado''. Para ele, ''a aprovação do PLP 1 é mais uma medida para redução dos gastos correntes do Estado, com sérias conseqüências para a prestação dos serviços públicos. Não é por outro motivo que as entidades sindicais estão a pedir a retirada do projeto. Essa não é uma questão simples, a ser enfrentada pelos servidores e suas entidades sindicais. Ela diz respeito a toda a sociedade, que precisa se envolver, para impedir a aprovação deste projeto''.



De Brasília
Márcia Xavier