Bispo de Volta Redonda apóia greve na CSN

Há mais de 17 anos que a CSN não fazia uma operação de guerra como na madrugada do dia 2, quando os trabalhadores decidiram entrar em greve. A paralisação começou forte e assustou Benjamin Steinbruch – dono da empresa – pois ele viu que a produção da e

A produção da empresa programada para o sábado foi de 15 mil toneladas de aço, mas devido à força da greve, a empresa só produziu 7,308 toneladas. Desesperada, a CSN ameaçou os funcionários, contratou táxi, ligou para as casas dos trabalhadores, ameaçou as esposas, as mães, uma verdadeira movimentação na madrugada e na manhã de sábado.



A CSN passou dos limites quando obrigou os trabalhadores a ficarem em cárcere privado dentro da empresa por mais de 36 horas, caracterizando uma violação ao direito de greve dos trabalhadores e crime contra a organização do trabalho. Os trabalhadores tiveram que dormir dentro da empresa. Na madrugada de sábado, foram trazidas centenas de colchonetes.



Alguns trabalhadores, diante da pressão, tiveram que entrar na CSN, não pela passagem superior, mas sim, pelos mais de cem buracos abertos na madrugada, numa atitude irresponsável, já que colocou em risco a vida dos trabalhadores.



Infelizmente, alguns trabalhadores ao pularem as cercas acabaram se acidentando e um quebrou a perna. O Sindicato orientou a todos os trabalhadores que não cedam a pressão das chefias. A direção do Sindicato dos Metalúrgicos entrou com notícia crime na Delegacia de Polícia Federal e no Ministério Público Federal.
 

A greve foi deflagrada na última sexta-feira (1). Os trabalhadores fizeram uma passeata pelo centro da cidade para mobilizar os comerciantes de Volta Redonda a apoiarem à greve já que a CSN emprega considerável parcela da população. Sendo assim, indiretamente, é responsável pelo poder de consumo da Região que, nos últimos dez anos, deixou de circular, em média, 50 milhões de reais por ano, em função do arrocho salarial.



Primeira greve desde a privatização



A última greve na empresa foi em 1990. De 1984 até então a CSN enfrentou, pelo menos, mais de 10 greves neste período, geralmente em época de campanha salarial. Esta é a primeira greve depois da privatização, em 1994.
 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Renato Soares, participou como ativista sindical de todas as greves da Companhia. E afirma que o Sindicato conta com a unidade dos trabalhadores para a conquista das justas reivindicações.
 

“Queremos que a CSN seja justa com os trabalhadores que vem enfrentando situações financeiras difíceis durante esses 10 anos de arrocho salarial. Nós estamos reivindicando 6% de aumento real, INPC e um plano de recuperação das perdas neste período”. E concluí, “a greve é por tempo indeterminado, até que a empresa sente e negocie de forma séria com o Sindicato, respeitando os trabalhadores como merecem de fato”.