Cruz Vermelha denuncia piora da situação no Afeganistão

A situação humanitária no Afeganistão atualmente é pior que um ano atrás, afirmou nesta terça-feira (12), o diretor de Operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Pierre Krähenbühl.

Segundo ele, desde 2006 a ação das forças de ocupação e da resistência se intensificaram consideravelmente no sul e o leste do país. “Além disso, ela se estende em direção ao norte e oeste”, informou num comunicado de imprensa o dirigente do órgão internacional.



Ele acrescentou que a situação tem como conseqüência “um constante aumento de vítimas civis”. “Os civis sofrem crescentes ameaças contra sua segurança, já que há maior número de ataques suicidas e de bombas nas estradas, assim como freqüentes bombardeios aéreos”, disse Krähenbühl.



Além disso, ele ressaltou “a falta de serviços básicos, que torna para os afegãos muito difícil levar uma vida normal”.



Para a CICV, o Afeganistão vive uma situação “polarizada”, na qual é “cada vez mais difícil realizar ações humanitárias fora das grandes cidades”.



“O CICV mantém um diálogo estruturado e claro com as autoridades afegãs, as forças internacionais e a oposição armada para promover a aceitação e o respeito de sua ação humanitária, independente e neutra, assim como para obter mais amplas garantias de segurança e um maior acesso às vítimas do conflito em todo o país”, acrescentou o chefe de operações.



Krähenbühl lembrou também que os serviços de saúde têm se deteriorado em zonas remotas do Afeganistão, onde “o acesso às pessoas que mais precisam de socorro é o mais difícil”.



Ele afirmou também que as iniciativas vinculadas ao desenvolvimento são “essenciais” para o futuro do Afeganistão, mas a persistência do conflito armado “significa que muitos civis precisam de
ajuda de emergência”.



O Comitê Internacional, disse Krähenbühl, visita um número cada vez maior de detidos “pelas autoridades afegãs ou pelas forças internacionais no conflito armado, para garantir que recebam um tratamento humano e segundo o direito internacional”. No ano passado, 2.424 foram detidos.


 


Com agências internacionais