Polícia Civil de SP tem dezenas de envolvidos com máfia do jogos

A corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga 27 policiais suspeitos de integrar suposta máfia de caça-níqueis que está sendo investigada na Operação Xeque-Mate da Polícia Federal.

A delegada Cintia Maria Quaggio, da Delegacia de Crimes Funcionais, disse nesta quarta-feira que vai solicitar a quebra dos sigilos telefônico e bancário de todos os investigados, que deverão prestar depoimento a partir da próxima semana.


 


Além disso, Quaggio já pediu à PF cópia das escutas telefônicas feitas durante a Operação Xeque-Mate que podem comprovar o envolvimento dos policiais com a suposta máfia que explorava caça-níqueis em São Paulo.


 


Para o promotor Luiz Antonio de Oliveira Nusdeu, do Gecep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), as escutas confirmam indícios de corrupção envolvendo policiais e serão usadas no inquérito da corregedoria como provas contra os investigados.


 


Segundo diretor-geral da corregedoria, delegado Francisco Alberto de Souza Campos, apesar de estarem sendo investigados, os policiais não foram afastados e continuam trabalhando. “Ainda não há culpa para afastar. Mas se for comprovada a responsabilidade, serão afastados, demitidos e, se for caso, presos”, afirmou.


 


Campos não citou nenhum nome ou cargo dos policiais investigados. Segundo ele, seria “extremamente temerário” divulgar nome ou cargo de “quem quer que seja”, pois a investigação está sob sigilo para preservar as provas.


 


Lista


 


A lista dos 27 policiais investigados consta em documentos apreendidos no carro do advogado Jamil Chokr após um acidente na marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, no dia 25 de maio. Na ocasião, a Polícia Militar encontrou peças de caça-níqueis e R$ 38 mil no carro de Chokr. Parte do dinheiro estava em 31 envelopes supostamente destinados a distritos policiais ou delegacias seccionais.


 


Em depoimento, Chokr admitiu que trabalha para donos de caça-níqueis e bingos, mas ressaltou que o dinheiro era para pagamento de honorários.


 


O advogado é suspeito de operar um esquema de pagamentos de propinas para policiais civis de São Paulo.


 


Além dos 27 policiais, a delegada também investiga 90 números de telefones retirados dos documentos apreendidos. Segundo Quaggio, os telefones não são de policiais, mas podem ser de envolvidos com a máfia que explora caça-níqueis.


 


Além disso, outros 200 números de telefone que estavam na agenda do celular do advogado também estão sendo investigados.



Fonte: Folha Online