Abbas decreta ilegalidade do Hamas; Gaza está bloqueada

O novo governo palestino é composto por 14 ministros, nenhum deles do Hamas. O presidente palestino Mahmoud Abbas emitiu dois importantes decretos: um que permite ao novo executivo, liderado por Salam Fayyad, governar sem a aprovação do parlamento em que

O novo executivo da Palestina é composto por 14 ministros, nenhum do Hamas, e pode governar sem a aprovação do parlamento. Além disso, o novo primeiro-ministro Salam Fayad anunciou que vai congelar as contas bancárias do governo anterior, encabeçado pelo líder do Hamas Ismail Haniyeh.



Paralelamente, Abbas decretou a ilegalização do Hamas. “A Força executiva e as milícias do Hamas são consideradas fora-da-lei por terem levado a cabo uma rebelião armada contra a legitimidade palestina e as suas instituições. Será punida toda a pessoa cuja ligação ao Hamas ficar provada, segundo as leis em vigor e as disposições do Estado de emergência”, indicou Abbas no decreto.



Enquanto o Hamas continua a não reconhecer autoridade ao novo governo nomeado pelo presidente Abbas, considerando-o “ilegítimo e ilegal”, Israel considera que o novo executivo será um interlocutor efetivo, por não ter nenhum ministro do Hamas e responsáveis americanos vêem com bons olhos o fim do bloqueio à Cisjordânia, mantido por EUA, parte da União Européia e Israel como reação à vitória do Hamas nas eleições legislativas.



Na Cisjordânia, perante os ataques a edifícios governamentais que as forças da al-Fatá levaram a cabo ontem (16), o Hamas ameaça levar a guerra para esta região, se a al-Fatá não fizer “terrorismo” contra o grupo de resistência islâmico.


Em Gaza a situação está agora mais complicada. Não por causa dos confrontos, que acalmaram, mas precisamente devido ao aprofundamento do bloqueio exercido por Israel, que suspendeu o fornecimento de combustível e de outros bens importantes. Começam a faltar alimentos e registra-se uma inflação generalizada.



“Israel reforçará o isolamento da Faixa de Gaza e não vai deixar passar nada, exceto eletricidade e água”, afirmou à rádio militar Ben Eliezer, membro do gabinete de segurança. Este isolamento poderá atingir proporções dramáticas: actualmente 91% dos palestinos de Gaza estão abaixo da linha de pobreza e o desemprego é de 74%.