Direção do PT reafirma posição favorável ao voto em lista

O Diretório Nacional (DN) do PT, reunido nesta segunda-feira (18), em Brasília, reafirmou a posição da Executiva Nacional em favor de quatro pontos prioritários da reforma política: lista pré-ordenada, fidelidade partidária, financiamento público de ca

A decisão do DN foi aprovada por 64 votos — houve duas abstenções e nenhum voto contrário. “Isso mostra que há uma posição clara dentro da direção partidária, e essa posição será encaminhada pela bancada do partido no Congresso”, afirmou o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini. “Evidentemente, levamos em consideração que o Parlamento comporta negociações e entendimentos, mas que a posição política a ser defendida é essa”, alertou. 


 


Segundo informou o presidente, a proposta de lista flexível pode ser uma alternativa eventual diante de um impasse nas negociações do Congresso. “Mas a posição do PT é pela lista fechada. Acreditamos que, se houver condição, dentro do Parlamento, de nossos líderes da base aliada avançarem em direção à lista fechada, será melhor para o país e para a democracia brasileira.”


 


Perguntado se acredita que há condições para aprovar estes pontos da reforma em curto prazo, Berzoini afirmou , em entrevista ao portal do PT, que há um “desejo sincero” da maioria da Câmara de aprovar esta reforma, mesmo com a polêmica em torno do voto em lista. “O destaque, na votação da semana passada, foi a posição contraditória do PSDB, contra a lista e o financiamento público, defendendo a manutenção do financiamento privado, o que me parece uma contradição com o próprio discurso que o PSDB fez em outras épocas. Mas os demais partidos, de maneira geral, têm tido uma postura e debater, manifestando eventuais divergências, mas no sentido de aprovar uma reforma no sistema eleitoral. É bom registrar: uma Reforma Política com P maiúsculo deveria ser mais ampla, tratando de assuntos como a relação Câmara/Senado, as medidas provisórias e as formas de construção do orçamento público, por exemplo. Mas eu creio que a atual reforma, com esse caráter político-eleitoral, dará o passo necessário para depois, no momento seguinte, partirmos para uma reforma mais profunda”, disse Berzoini.


 


Buscar consensos


 


Para Gleber Naime, secretário de Comunicação do PT, o resultado da reunião da direção nacional do PT é muito positivo. “A reunião do Diretório Nacional, pelo grau de unanimidade, cria condições para o ‘coesionamento’ em torno das orientações táticas da liderança e das posições do partido.”


 


Um grupo de parlamentares petistas contrários à lista pré-ordenada chegou a entrar com recurso, na última quinta-feira, contra o fechamento de questão da Executiva. Mas os deputados retiraram o recurso no dia seguinte.  De acordo com Berzoini, o partido não está preocupado em acirrar posições, mas em buscar consensos.


 


“Evidentemente, todo parlamentar petista conhece o Estatuto e toda atitude terá observação da direção do partido. Mas, neste momento,  não podemos trabalhar nem no acirramento nem na frouxidão disciplinar”, concluiu.


 


Líder levará posição à bancada


 


Nesta terça-feira (19), o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), reúne-se com os líderes partidários para avaliar a possibilidade de um novo acordo para a votação do projeto da reforma política, PL 1210/07. O líder do PT, deputado Luiz Sérgio (RJ), reiterará a posição do DN, defendendo, como eixo balizador, o financiamento público exclusivo de campanha que, segundo defende o partido, só se viabiliza com a lista pré-ordenada. 


 


“Evidentemente, para se vencer no Parlamento, é preciso se construir uma maioria. Nós estamos autorizados –  desde a resolução da Executiva  – a negociar.  Mas a negociação tem limite”, afirmou Luiz Sérgio.  O limite, segundo ele, é manter um processo que dá exclusividade para o financiamento público de campanha e a lista pré-ordenada, com a obrigatoriedade de o primeiro voto ser na lista, ou seja, na legenda partidária.


 


“Isso é que vai nos garantir que o Parlamento conquiste sua independência em relação às enormes pressões que o financiamento privado de campanha tem expresso nos muitos problemas que temos enfrentado no dia-a-dia”, afirmou o líder.


 


Fonte: Portal do PT ( www.pt.org.br )