EUA suspendem bloqueio contra Autoridade Palestina
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, anunciou nesta segunda-feira (18) o fim do bloqueio contra a Autoridade Nacional Palestina (ANP), vigente desde as eleições de 25 de janeiro de 2006, que deram ao Hamas maioria no Parlamento palestin
Publicado 18/06/2007 18:14
“Tencionamos suspender nossas restrições financeiras ao governo palestino”, disse a chefe da diplomacia americana. Anunciou que os EUA “retomarão a assistência completa ao governo palestino e os contatos normais de governo com governo”. E informou que já adiantara por telefone a notícia ao primeiro ministro designado por Abbas, Salam Fayyad.
“Por suas ações, o Hamas buscou dividir a nação palestina, e nós rejeitamos isso”, disse Condoleeza para justificar o bloqueio, que chegou a provocar uma greve dos funcionários da ANP, privados de seus salários. E argumentou que a sanção foi levantada porque o novo governo “aceitou os acordos prévios com Israel e rejeita o caminho da violência”. Ela reiterou ainda ” a posição dos EUA de que há um povo e deve haver um Estado palestino”.
Javier Solana acompanha Condoleezza
Neste domingo o presidente da ANP anunciou a destituição do governo de unidade do Hamas-Al Fatá e outras forças, substituindo-o por um novo gabinete de emergência, de 14 ministros. O Hamas, além de ser excluído do novo governo de Salam Fayyad, foi colocado na ilegalidade.
Condoleezza disse que a administração pedirá ao Congresso para rever uma requisição prévia de US$ 86 milhões em ajuda. Outros US$ 40 milhões serão destinados para a ONU, com intenção de colaborar com os palestinos, particularmente na Faixa de Gaza, “para aliviar o sofrimento de todos os palestinos”.
O chefe da diplomacia da União Européia, Javier Solana, declarou que o bloco de 27 países também retomará o auxílio financeiro à ANP. “A União Européia retomará as relações normais com a Autoridade Palestina imediatamente”, disse ele numa reunião de chanceleres em Luxemburgo. E instou Israel a pagar o dinheiro à ANP o dinheiro dos impostos recolhidos nos territórios ocupados, retido desde a vitória eleitoral do Hamas.
Paralelamente, Israel ordenou que os carregamentos para a Faixa de Gaza, sejam bloqueados. A estreita faixa entre Israel e o Egito é o principal reduto do Hamas, que mantém o controle de fato sobre ela. A seqüência de medidas parece perseguir o isolamento do grupo islâmico nos âmbitos econômico, diplomático e militar.
Para Hamas, governo é ilegítimo
A sequência de anúncios assinala uma importante aproximação entre Mahmoud Abbas, líder da Al Fatá, e a linha de conduta exigida pelos Estados Unidos e por Israel. Abbas conversou com o presidente americano, George W. Bush, por telefone nesta segunda sobre uma possível retomada das negociações. Bush manifestou seu apoio às medidas tomadas por Abbas.
O Hamas reagiu contestando a legitimidade do governo Fayyad. “Esse governo é ilegítimo. A única legitimidade que pode presumir é o reconhecimento do governo americano e da ocupação israelense”, declarou Sami Abú Zuhri, porta-voz da organização, à agência France Presse.
Conforme o site da TV Al Jazira, “não está claro quanta influência o governo de Abbas pode ter em Gaza. A faixa, 45 quilômetros distante da Cisjordânia, está neste momento totalmente controlada por forças do Hamas”, avalia.
Da redação, com agências