EUA suspendem bloqueio contra Autoridade Palestina

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, anunciou nesta segunda-feira (18) o fim do bloqueio contra a  Autoridade Nacional Palestina (ANP), vigente desde as eleições de 25 de janeiro de 2006, que deram ao Hamas maioria no Parlamento palestin

“Tencionamos suspender nossas restrições financeiras ao governo palestino”, disse a chefe da diplomacia americana. Anunciou que os EUA “retomarão a assistência completa ao governo palestino e os contatos normais de governo com governo”. E informou que já adiantara por telefone a notícia ao primeiro ministro designado por Abbas, Salam Fayyad.



“Por suas ações, o Hamas buscou dividir a nação palestina, e nós rejeitamos isso”, disse Condoleeza para justificar o bloqueio, que chegou a provocar uma greve dos funcionários da ANP, privados de seus salários. E argumentou que a sanção foi levantada porque o novo governo “aceitou os acordos prévios com Israel e rejeita o caminho da violência”. Ela reiterou ainda ” a posição dos EUA de que há um povo e deve haver um Estado palestino”.



Javier Solana acompanha Condoleezza



Neste domingo o presidente da ANP anunciou a destituição do governo de unidade do Hamas-Al Fatá e outras forças, substituindo-o por um novo gabinete de emergência, de 14 ministros. O Hamas, além de ser excluído do novo governo de Salam Fayyad, foi colocado na ilegalidade.



Condoleezza disse que a administração pedirá ao Congresso para rever uma requisição prévia de US$ 86 milhões em ajuda. Outros US$ 40 milhões serão destinados para a ONU, com intenção de colaborar com os palestinos, particularmente na Faixa de Gaza, “para aliviar o sofrimento de todos os palestinos”.
O chefe da diplomacia da União Européia, Javier Solana, declarou que o bloco de 27 países também retomará o auxílio financeiro à ANP. “A União Européia retomará as relações normais com a Autoridade Palestina imediatamente”, disse ele numa reunião de chanceleres em Luxemburgo. E instou Israel a pagar o dinheiro à ANP o dinheiro dos impostos recolhidos nos territórios ocupados, retido desde a vitória eleitoral do Hamas.



Paralelamente, Israel ordenou  que os carregamentos para a Faixa de Gaza, sejam bloqueados. A estreita faixa entre Israel e o Egito é o principal reduto do Hamas, que mantém o controle de fato sobre ela. A seqüência de medidas parece perseguir o isolamento do grupo islâmico nos âmbitos econômico, diplomático e militar.



Para Hamas, governo é ilegítimo



A sequência de anúncios assinala uma importante aproximação entre Mahmoud Abbas, líder da Al Fatá, e a linha de conduta exigida pelos Estados Unidos e por Israel. Abbas conversou com o presidente americano, George W. Bush, por telefone nesta segunda sobre uma possível retomada das negociações. Bush manifestou seu apoio às medidas tomadas por Abbas.



O Hamas reagiu contestando a legitimidade do governo Fayyad. “Esse governo é ilegítimo. A única legitimidade que pode presumir é o reconhecimento do governo americano e da ocupação israelense”, declarou Sami Abú Zuhri, porta-voz da organização, à agência France Presse.



Conforme o site da TV Al Jazira, “não está claro quanta influência o governo de Abbas pode ter em Gaza. A faixa, 45 quilômetros distante da Cisjordânia, está neste momento totalmente controlada por forças do Hamas”, avalia.



Da redação, com agências