Família Marinho e Rede Globo: Os reis midas da comunicação

Por Roberto Porto (Direto da Redação)
Uma das mais curiosas fábulas da Antiguidade Clássica é a do rei Midas, que conta que tudo o que ele tocava transformava-se em ouro. Nessa época o Brasil nem sonhava em existir. Mas, sem sombra de dúvida,

Irineu Marinho (1876-1925) e Roberto Marinho (1904-2003) criaram O Globo e foram seguidos por Roberto Irineu Marinho (Rede Globo), João Roberto Marinho (O Globo) e José Roberto Marinho (Rádio Globo), os três últimos filhos do famoso doutor Roberto – com quem vivi um episódio que deixo para contar depois.


 


Dispostos a barrar a crescente importância de O Dia, no mercado da classe B do Rio, os Marinho lançaram o Extra, que hoje, segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação) é o jornal mais lido do país, com a média diária de 382,454 mil exemplares, atingindo o pico de 490,110 mil exemplares aos domingos. Em segundo lugar, ainda segundo o IVC, vem a Folha de S.Paulo (média diária de 302,873 mil) e em terceiro, obviamente, aparece O Globo (276,465 mil de média diária). Quanto aos demais veículos de comunicação, não há o que discutir: a Rede Globo lidera fácil o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública) em todo o território nacional e a Rádio Globo é um absoluto sucesso de audiência no Rio.


 


Não quero discutir aqui o suposto comprometimento e a qualidade das informações divulgadas diariamente pela Rede Globo, O Globo e Rádio Globo. Tenho apenas a intenção de apresentar números indiscutíveis e que comprovam o empenho da família Marinho em manter a todo custo o domínio de notícias sonhado por Roberto Marinho ao longo de décadas de trabalho.


 


Não me compete, igualmente, julgar o número, o mérito e a qualidade das novelas que a Rede Globo coloca no ar. E ainda vou mais longe: a atual Rádio Globo está a um passo de transformar-se em Rede Globo de Rádio, tal qual a televisão.


 


Que os adversários do hoje Império Global estejam prevenidos. O rolo compressor está funcionando a pleno vapor – ou melhor, com gasolina azul dos carros de Fórmula-1.


 


Em São Paulo, onde o segundo lugar é ocupado pelo Estadão, com média de 239,724 mil exemplares vendidos, O Globo já vem avançando por fora com o Diário de S. Paulo, com vendas médias que se aproximam de 68 mil jornais diariamente. Aliás, o Extra, quando começou a duelar com O Dia, de Ary de Carvalho (1934-2003), também começou assim, modestamente, e foi avançando sem que seus concorrentes percebessem até chegar à absoluta liderança (em números no Rio, não em vendas nacionais).