Vilma Espín Guillois: combatente destacada do Exército Rebelde

Morre em Cuba, aos 77 anos, Vilma Espín Guillois, heroína da clandestinidade e combatente destacada do Exército Rebelde,  incansável lutadora pela emancipação da mulher e a defesa dos direitos da infância.


 


por Eduardo Sérgio

Nascida em Santiago de Cuba em 7 de abril de 1930 no seio de uma família que cultivou nela desde cedo os valores éticos que lhe distinguiriam e inculcou os hábitos do saber, Vilma asumiu, desde jovem,  posições políticas revolucionárias, participando ativamente das manifestações estudiantis contra o golpe de estado batistiano de 1952.


 


A Ação Revolucionária Oriental, fundada por Frank País, foi a primeira organização em que Vilma militou como ativa fundadora, após o ataque ao quartel Moncada.do inesquecível Frank País, militando nas organizações fundadas por ele na luta contra a tiranía, até que formando parte da então Ação Nacional Revolucionária, seus integrantes se somaram às filas do Movimento 26 de julho.


 


Já nos preparativos de nova etapa, logo após concluir um curso de pós-graduação em engenharia química nos Estados Unidos, sob orientações da Direção do Movimento 26 de Julho, foi ao México para entrevistar-se com Fidel, receber suas instruções e mensagens. Sob as ordens diretas de Frank participou do levante armado de Santiago de Cuba em 30 de novembro de 1956, em apoio aos expedicionários do Granma, passando a morar, depois desta ação relevante, no quartel general do movimento revolucionario en Santiago de Cuba.


 


Integrante da Direção Nacional do Movimento 26 de julho, pouco antes do assasinato de Frank País foi nomeada por ele Coordenadora Provincial da organização clandestina no Oriente, trabalho que desempenhou com particular capacidade e valentia até que se incorporou ao Exército Rebelde, en junho de 1958, convertendo-se na legendaria guerrilheira da II Frente Oriental Frank País e eficaz coordenadora do movimento clandestino do Oriente.


 


Ao triunfo da Revolução en 1959, imersa em distintas tarefas, por encargo de Fidel encabeçou a unificação das organizações femininas e a constituição da Federação de Mulheres Cubanas, a cuja organização, desde sua máxima direção, se consagrou com singular dedicação até o último minuto de sua vida.


 


Integrou o Comitê Central do Partido desde sua fundação em 1965, condição em que foi ratificada em todos seus Congressos. Em 1980, por ocasião do Segundo Congresso do Partido, foi eleita membro suplente do Birô Político, e no Terceiro foi promovida a membro efetivo dessa instância de direção, responsabilidade que desempenhou até 1991. Foi Deputada da Assembléia Nacional desde sua primeira legislatura e membro do Conselho de Estado desde sua constitução.


 


Vilma presidiu desde sua criação, a Comissão Nacional de Prevenção e Atenção Social, e a Comição da Infância, Juventude e Igualdade de direitos da Mulher, da Asembléia Nacional do Poder Popular.


 


Seu nome estará vinculado eternamente às mais significativas conquistas da mulher cubana na Revolução e às mais relevantes lutadoras pela emancipação da mulher em Cuba e em todo o mundo.


 


Por seus relevantes méritos recebeu múltiplas condecorações, títulos além de órdens nacionais e internacionais, dentre as que se destaca, o título honorífico de Heroína da República de Cuba.


 


Atendendo a sua vontade, Vilma Espín foi cremada. Suas cinzas serão depositadas, em cerimônia estritamente familiar e com honras militares de sepultamento em data ainda a ser  precisada, no Mausoléu da II Frente Frank País, onde estão os restos dos heróicos combatentes dessa aguerrida Frente, que teve nela um de seus mais destacados integrantes.


 


Em sua memória, o povo cubano, com profundo sentimento de dor, lhe renderá homenagem de reconhecimento e carinho no Memorial José Martí de Havana, e no Salão dos Vitrais, na base do monumento a Antonio Maceo de sua ciudade natal, Santiago de Cuba.


 


Em memória a Vilma Espín Guillois, a Direção do Partido e o Estado cubano decidiram efetuar uma velada solene no teatro Karl Marx, hoje ás 18:00 horas, encabeçada por dirigentes, a Direção Nacional da FMC e do Secretariado das províncias dessa organização feminina, assim como mulheres da capital e representantes dos diversos setores da sociedade cubana.


 


*Eduardo Sérgio, Professor universitário, membro do Comitê Estadual do PCdoB na Paraíba.


 


Com Agências