Acampamentos sem terra apostam na fitoterapia

As formas de prevenção e de combate às doenças não estão somente nas mãos dos trabalhadores em saúde e das universidades. Há anos, organizações sociais estudam e empregam técnicas alternativas, como a fitoterapia, na tentativa de valorizar os conhecime

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um exemplo. Desde que foi criado, há 23 anos, o MST utiliza técnicas alternativas de saúde, principalmente no cuidado com as famílias acampadas. A integrante do setor de Saúde, Neusa Buffon, relata que a necessidade fez com que a organização passasse a se dedicar aos alternativos. 


 


“É uma necessidade real, o SUS funciona com bastante precariedade, e nós precisamos resolver os problemas imediatos do nosso povo. A fitoterapia é uma forma de resolver. O custo é baixo porque cada um pode produzir a sua erva no fundo do quintal. Não precisa ter um grande laboratório ou horto, mas cada família pode muito produzir o que acha necessário na sua horta”, diz.


 


O trabalho de fitoterapia no MST é resultado de uma longa parceria com as Pastorais da Saúde e da Criança, que manipulam fitoterápicos e homeopáticos há décadas. Hoje, os sem terra consideram fundamental dominar as técnicas e ter o seu próprio espaço de produção de plantas.


 


Estados como São Paulo, Pernambuco, Maranhão e Ceará já têm laboratórios e hortas, onde fabricam chás, pomadas e tinturas.


 


Patrícia Apolinário, que presta assessoria em São Paulo, afirma que as técnicas permitem mais qualidade de vida e uma independência maior às indústrias farmacêuticas.


 


“É importante fortalecer que a fitoterapia e a homeopatia são algumas práticas, recursos que utilizamos para aproveitar as plantas medicinais. Mas o mais importante disso é estarmos produzindo o nosso próprio medicamento”, afirma.


 


O MST trabalha para que cada acampamento produza os medicamentos fitoterápicos. Em casos de maior gravidade, as pessoas são encaminhadas para os hospitais.


 


Agencia CHASQUE