Artigo: o PCdoB e o movimento GLBT
Por Artur Lopes*
Primeiramente queria parabenizar o Partido pela reunião do Grupo de Trabalho GLBT, realizada no início deste mês de junho. Em segundo lugar, quero dizer que não concordo com algumas opiniões de companheiros que, na discussão feita, de
Publicado 28/06/2007 20:11
A história do movimento social organizado de entidades que discutem a questão GLBT é recente no Brasil. Com relação aos outros movimentos sociais, no entanto, é o que mais tem avançado e acumulado força com propostas maduras e possíveis de serem implementadas, como o programa Brasil Sem Homofobia; os Centros de Referência GLBT; a realização do Seminário Nacional de Segurança Pública e Combate à Homofobia, coordenado pelo Grupo Arco-Íris de Conscientização Homossexual em parceria com o Movimento D’ellas, e com o apoio institucional da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais e Bissexuais (ABGLT), resultando na construção do Programa Nacional de Segurança Pública para o Enfrentamento da Homofobia; os Seminários Capacitatórios de agentes de segurança e justiça; e as realizações de Paradas GLBT`s por todo o Brasil.
Somos nós do movimento GLBT que propusemos leis pela criminalização da homofobia em parceria com o Legislativo. Fomos nós que durante anos através das entidades emancipatórias de homossexuais, fomos onde o poder público não vai. Nós que apontamos o grau de vitimização de GLBT’s e o perfil dos agressores. Nós afirmamos que, por conta da concepção preconceituosa e dsicriminatória arraigada na consciência social e propagada pelas emissoras de comunicação elitistas brasileiras, somos invisibilizados e condenados culpados por qualquer ação discriminatória sofrida. Ou seja, tentam nos culpabilizar simplesmente por conta de nossa orientação.
Atualmente somos um dos maiores movimentos de massa do mundo, levando às ruas milhões de pessoas. E não por acaso, no Brasil, nos últimos 15 anos, mais de 2.500 homossexuais foram assassinados em razão da sua orientação sexual e identidade de gênero. Só em 2006, foram cometidos 88 assassinatos pelas mesmas razões, segundo dados do Grupo Gay da Bahia.
Nós comunistas do PCdoB reconhecemos que demoramos para entrar nacionalmente nessa luta GLBT, mas desejamos contribuir com as entidades e o movimento homossexual libertário. Para tanto criamos o Grupo de Trabalho GLBT, não com intuito de desmerecer esse valoroso movimento, mas sim o de somarmos força, rumo a um Brasil mas igualitário e justo.
*Artur Lopes é Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Civis, Sociais e Políticos de GLBT do Amapá e membro do Grupo de Trabalho GLBT do PCdoB.