Conselho do Negro tem nova diretoria

Quarenta e oito titulares e suplentes do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (Codene) foram empossados pelo secretário da Justiça e do Desenvolvimento Social, Fernando Schüler, no final da manhã desta quarta-feira (27).

O presidente empossado, José Antonio dos Santos da Silva, representante da União dos Negros pela Igualdade, afirmou que pretende trabalhar em conjunto com a Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social para implementar políticas públicas contra as desigualdades.


 


Uma das metas é criar o regimento interno do Conselho, além de realizar seminários regionais debater o papel da entidade. Schüler disse que a construção de políticas públicas para a comunidade negra deve envolver todos os órgãos do governo, além de destacar a parceria com a SJDS.


 


O Conselho


 


O Codene é integrado por representantes governamentais e da sociedade civil e tem o papel de garantir a integração plena da população negra na vida sócio-econômica, política e cultural. Também é responsável pelo desenvolvimento de programas e projetos próprios ou em conjunto com segmentos da sociedade civil e do governo do Estado para qualificação e resgate da cidadania dos negros.


 


Está localizado no prédio 2 da Secretaria da Justiça (Rua Miguel Teixeira, 86) e o telefone para contato é o (51) 3288-6632.


 


 


Veja a nota do Movimento:


 


NOTA DE REPÚDIO AOS ATENTADOS RACISTAS OCORRIDOS NA UFRGS


A Unegro – União de Negros pela Igualdade vem a público manifestar sua indignação e repúdio ao ato de vandalismo cometido contra o prédio da UFRGS através de pichações de cunho preconceituoso e racista.


 


As pichações racistas e fascistas, pintadas nas calçadas da UFGRS, só vem confirmar o que o a UNEGRO e Movimento Negro tem denunciado há muito tempo: o mito da democracia racial, deixando cair a máscara do racismo manifestada neste ato de violência contra as negras e negros gaúchos.


 


Todos sabemos que a probabilidade de um estudante negro entrar em uma universidade pública é 97% menor do que outros estudantes. Que o percentual de negras e negros a conseguirem um diploma universitário, hoje, equivale ao mesmo percentual norte-americano dos anos 40, quando leis segregacionistas impediam os negros de freqüentar as universidade, segundo o Prof. André Marenco do PPG da UFGRS.


 


Esta atitude covarde cometida na UFRGS demonstra o quando é legítima a Luta do Movimento Negro brasileiro, da maioria dos estudantes e de todos os progressistas pró-cotas pela imediata implantação das políticas de cotas raciais e sociais nas universidades públicas, como medidas de REPARAÇÃO as distorções e a exclusão de parcelas importantes do nosso povo, dos bancos universitários do Brasil.


 


Temos convicção que o Conselho Universitário da UFRGS, órgão legítimo de deliberação, que estará reunido nesta sexta-feira (29/06), para a aprovação das cotas na Universidade Federal não se intimidará a essas atitudes repugnáveis e condenáveis e votará favoravelmente a Política de Cotas como mais uma atitude grandiosa na luta contra o racismo que, como ficou provado, continua a assombrar nosso povo e merecem, de nossos Conselheiros da UFRGS, uma resposta corajosa contra estes atos racistas.


 


E, cobramos, ao mesmo tempo uma atitude imediata de apuração e condenação dos criminosos racistas por parte da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Rio Grande do Sul, através de seus mecanismos legais, no sentido de coibir tais práticas, porque a omissão, por parte dos órgãos públicos significará, aos olhos da sociedade gaúcha, a conivência com estas práticas racistas.


 


Porto Alegre, 27 de junho de 2007.