Plenária sinaliza novos rumos da CSC no movimento sindical
Por João Paulo Oliveira
Mais de 200 pessoas participaram da Plenária Estadual da CSC-Bahia, na manhã deste sábado (30), no Ginásio de Esporte dos Bancários. O evento contou com a presença de 60 entidades sindicais, além de dirigentes de vários estados
Publicado 01/07/2007 23:52
No evento, houve destaque para discussões sobre os novos rumos da CSC no movimento sindical no país, conjuntura econômica mundial e o cenário político favorável para ações mais ousadas dos movimentos de classe. “O movimento sindical de classe deve estar focado nas lutas em prol de uma sociedade mais justa. É possível ousar mais, pois o cenário político atual nos favorece. Por isso, devemos estar engajados e pressionando com os movimentos sociais para garantir mais avanços com independência”, afirma João Batista Lemos, que destacou a necessidade de autonomia do movimento sindical na luta em defesa dos trabalhadores.
Os sindicalistas reafirmaram o apoio ao governo do presidente Lula, que barrou as privatizações e fez o país crescer. Mas não esqueceram do compromisso de reivindicar com responsabilidade para avançar cada vez mais. “Temos a consciência de que as discussões dessa plenária apontaram para os novos rumos da CSC no movimento sindical do Brasil. É importante ressaltar que todas as formas de luta são legítimas, desde que sejam independentes. Por isso a CSC prega a rebeldia conseqüente.”, lembra Aurino Pedreira, citando o tom dos debates no evento e os rumos CSC no movimento sindical.
Sindicalismo de classe
Os palestrantes ressaltaram a necessidade de compromisso de classe no movimento sindical do país para que não só avanços nas lutas econômicas sejam assegurados, mas também nas lutas políticas. “Devemos ter em mente que nossas lutas devem abraçar as mudanças que a sociedade tanto deseja. A alternativa classista não é partidária e, assim, poderemos cobrar dos governos mais geração de emprego, renda e melhores salários. Mas, para isso, é preciso que se tenha autonomia e democracia nos debates das centrais sindicais”, observa Batista Lemos.
Para Patrícia Ramos, da União Brasileira de Mulheres, a Plenária Estadual da CSC serviu para que questões importantes referentes às lutas de classe fossem colocadas: “Tem que ressaltar que existe um recorte que precisa ser visualizado, que são 'as trabalhadoras'. A CSC reconhece a importância da luta de classe e das discussões e mobilizações para avançar cada vez mais”, conclui.
Direitos do trabalhador
Durante a plenária, dirigentes sindicais tiveram tempo para lembrar das reivindicações por avanços nos direitos dos trabalhadores e das lutas contra a Emenda 3, Reforma da Previdência e Reforma Sindical. “Devemos estar atentos e não dar espaço para que o veto do presidente Lula possa ser derrubado pela direita e essa Emenda 3 seja aprovada. Isso seria um retrocesso nas relações de trabalho. Devemos lutar para que esse substitutivo caia por completo, sem nenhuma condicionante” adverte Everaldo Augusto.
Outra questão polêmica abordada durante a plenária foi sobre o direito de greve, em alusão a Reforma Sindical e ao movimento dos professores na Bahia. “A Constituição assegura o direito de greve do trabalhador, mas também estabelece limites para paralisações nos serviços essenciais, como educação, segurança e saúde, por exemplo. Tudo pode ser resolvido através da negociação e as decisões responsáveis devem partir desse princípio”, ressalta o deputado Daniel Almeida. Para João Batista Lemos, o movimento dos professores na Bahia é legítimo. “Temos que dar apoio aos professores e a APLB Sindicato. Mas também devemos ser conscientes e saber a hora de recuar, quando necessário.”