Projeto no Cariri quer documentar história do rádio

Nomes como João Ramos, Wilson Machado, Cândido Colares, Eloi Teles, que passaram pelas amplificadoras e emissoras de rádio do Cariri e se projetaram por este Brasil afora, estão sendo esquecidos pelo tempo. Para corrigir esta falha, estudantes e professor

“A Voz dos Guerreiros do Cariri”. Este é o nome do projeto, desenvolvido por alunos e professores da Escola Agrotécnica Federal, em parceria com o Colégio Estadual Wilson Gonçalves, que tem como objetivo trabalhar a linguagem teatral, inspirada pela história do rádio, compreender o valor cultural e artístico da trajetória histórica deste meio de comunicação e de seus sujeitos envolvidos e desenvolver a capacidade de expressão artística, quando em contato com a gramática teatral e todo o jogo cênico.


 


O projeto de Arte-educação “A voz dos Guerreiros do Cariri”, de autoria das professoras Maria das Graças de Oliveira Costa Ribeiro (Escola Agrotécnica Federal de Crato-ce) e Maria Laíce de Almeida Lacerda (Colégio Estadual Wilson Gonçalves), apresenta como abordagem temática a história do Rádio na cidade Crato.


 


Depois da televisão, o rádio é o meio de comunicação de maior alcance no País. Para se ter uma idéia, 88% da população do Brasil ouve rádio AM ou FM pelo menos uma vez por semana, segundo pesquisa da Ipsos-Marplan. De acordo com dados do Ministério das Comunicações, o Brasil possui aproximadamente 3.000 emissoras de rádio, sendo que distribuídas, aproximadamente, em 50% para AM e FM.


 


Com o subtítulo “Quem já te ouviu, 0h, não te esquece mais”, (trecho do hino do município do Crato), o projeto visa documentar a memória dos pioneiros e atuais radialistas que, por meio de sua voz, deram sua parcela de contribuição para esse significante meio de comunicação.


 


Dentro desta perspectiva, os alunos e professores estão entrevistando os principais radialistas do Cariri para montar a peça. A professora Maria das Graças Oliveira justifica que “a história do rádio confunde-se, muitas vezes, com a história humana”. De modo que aqui na cidade do Crato a realidade não foi diferente. Acrescenta que, “dessa forma acreditamos que, abrindo os porões documentais do rádio do Crato, estaremos contribuindo também com a preservação de nossa memória histórica”.


 


A professora Graça complementa sua justificativa com o argumento bem radiofônico. “Sintonizemos, portanto, a nossa expectativa e de antena ligada, aguardemos o resultado desse trabalho que ousa investir em outras freqüências”. Para a estudante do 3º ano Leny Carmem Almeida, “o projeto pretende estreitar a distância do passado com o presente, com vistas a proporcionar no decorrer das aulas de arte, uma melhor direção no campo da pesquisa, onde o caráter etnográfico se entrelaçará com a interpretação e leitura teatral no tratamento da abordagem dos dados coletados”.


 


O estudante João Eudes de Alcântara destaca que o projeto homenageia os radialistas em vida, lembrando que “a história do rádio está ligada à história dos seus habitantes, uma vez que parte de nossa memória, registrada pelas vozes dos queridos inesquecíveis radialistas que influenciaram decisivamente a nossa cultura”.


 


O projeto lembra que “quem de nós, não ouviu o canto dos pássaros no programa ´Coisas do Meu Sertão´, do radialista Eloi Teles? Ou ainda, o ´Forró da Casa Grande´, por esse mesmo locutor? Quem esquecerá o velho chavão ´É hora de notícia, Cariri´, do jornalista Antônio Vicelmo?”. Tem o propósito de atiçar a lembrança dos sem memória, ou indiferentes, que deixam o passado escapar-lhes das mãos, sem sequer dar-se ao trabalho de uma análise e reflexão mais rigorosas.


 


Mais informações:
Escola Agrotécnica Federal do Crato (88) 3523-2344/ 3523-2089
Sítio Almecégas, s/n – km 5 Zona Rural – Crato – CE


 


O Que Eles Pensam:


 


“Vale destacar que a história do rádio está, intimamente, ligada com a história dos seus habitantes, uma vez que parte de nossa memória. Além disso, também foi registrada pelas vozes dos nossos queridos e inesquecíveis radialistas. Eles foram as pessoas que influenciaram, decisivamente, em nossa cultura´.
João Eudes Pereira de Alcântara
Aluno da Escola Agrotécnica Federal do Crato


 


“O projeto pretende estreitar a distância do passado com o presente, com vistas a proporcionar, no decorrer das aulas de arte, uma melhor direção no campo da pesquisa, na qual o caráter etnográfico se entrelaçará com a interpretação e leitura teatral, no tratamento da abordagem dos dados que foram coletados´.
Leny Carmem de Almeida
Concludente da Escola Agrotécnica Federal do Crato


 


 


Fonte: DN