Colômbia é um dos países mais perigosos para sindicalistas

Aproximadamente 2.200 homicídios, 3.400 ameaças e 138 desaparições forçadas de sindicalistas. Em mais de 90% dos casos, os responsáveis não foram postos à disposição da justiça. Os dados documentados entre janeiro de 1991 e dezembro de 2006, pela organiza

Diante de tais números, a Anistia Internacional (AI) publicou nesta terça-feira (3) um informe no qual denuncia a existência de agressões sistemáticas contra sindicalistas envolvidos em disputas trabalhistas, em campanhas contra privatizações e a favor dos direitos dos trabalhadores em algumas zonas onde desenvolvem sua atividade.



No informe “Homicídios, detenções arbitrárias e ameaças de morte: a realidade do sindicalismo na Colômbia”, a Anistia Internacional supõe que os paramilitares – respaldados pelo exército – e as forças de segurança do país estejam por trás da maioria das agressões. “Segue aplicando uma estratégia militar-paramilitar coordenada, que tem como objeto afetar o trabalho dessas pessoas, tanto por meio de eliminação física, como tentando desacreditar a legitimidade das atividades sindicais”, denuncia o informe.



Segundo a diretora do programa regional para América da AI, Susan Lee, uma mensagem está sendo enviada aos sindicalistas da Colômbia com a seguinte ameaça: “Não se queixem de suas condições trabalhistas nem façam campanha para proteger seus direitos porque os faremos calar a qualquer preço”.



Direitos humanos



O documento apresenta também casos de abusos contra os direitos humanos dos que têm sido vítimas e seus familiares que trabalham na Colômbia. “Converteram os sindicalistas em objeto de abusos contra os direitos humanos devido à sua filiação política ou a outros fatores amenos a suas atividades sindicais. Sem dúvida, existe uma constante de abusos contra os direitos humanos de sindicalistas envolvidos no contexto de conflitos trabalhistas, o que indica que se ataca sindicalistas devido precisamente ao seu trabalho como tais”, manifestou o informe.



No informe, a AI pede à comunidade internacional que faça esforços para garantir o direito à liberdade sindical na Colômbia e que as empresas com atividades no país utilizem sua influência com o governo colombiano para deter e prevenir os abusos contra os direitos humanos dos quais são vítimas os sindicalistas.



Fonte: Agência Adital