Governo paraguaio articula adesão da Venezuela ao Mercosul

O governo paraguaio enviou nesta quarta-feira (4) ao Congresso um pedido de adesão da Venezuela ao Mercosul, um dia depois de o presidente venezuelano Hugo Chávez ter dado um prazo de três meses aos parlamentos do Brasil e do Paraguai para

O ministro de Relações Exteriores paraguaio, Rubén Ramírez, confirmou o envio do documento e ratificou que está trabalhando para a aprovação por parte do Congresso. Apesar disso, ele fez a ressalva de que não será tarefa das mais fáceis. “A decisão política cabe ao Congresso, onde os governistas não têm maioria. Estamos trabalhando para que o Congresso aprove em breve a adesão total da Venezuela ao Mercosul”, disse.



As maioria das iniciativas legislativas do governo foi reprovada pela oposição, que controla o Senado – e, a partir desta semana, também a Câmara dos Deputados -, com o apoio de legisladores dissidentes do Partido Colorado, no poder há 60 anos.



Em entrevista à rádio local Primero de Marzo, Ramirez disse compreender a preocupação de Chávez. “Entendemos a preocupação do presidente Chávez. Vocês lembram que o presidente da República, Nicanor Duarte, apoiou desde o início a entrada da Venezuela no Mercosul”.



Ramirez acrescentou que, assim como seu país apóia a entrada da Venezuela ao bloco, também reivindica “o aprofundamento da construção comunitária, que as disciplinas e normas comerciais prevejam uma livre circulação e um comércio justo e eqüitativo para nossos países”.



O processo de adesão da Venezuela pode levar até sete anos para a adequação de sua normativa comercial, mas no âmbito político ainda requer a aprovação dos Parlamentos de Brasil e Paraguai, após a ratificação dos Congressos de
Argentina e Uruguai.



Oposição reclama



O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Alfredo Ratti, considerou “uma intransigência do presidente Chávez, que se concede autoridade para exigir de Congressos soberanos de outros países que decidam sobre um tema”.



Na terça-feira, o presidente do Congresso, senador Miguel Abdón Saguier, do opositor Partido Liberal Radical Autêntico, chamou de “agressão gratuita” as palavras do presidente venezuelano. “O presidente Chávez nos agride gratuitamente. Mas vamos estudar bem este tema”, disse Saguier, ao afirmar que “o confronto de fundo entre Brasil e Venezuela é uma questão de liderança regional”.



Da redação, com informações da Efe