Amazônia é o tema de capa da edição 90 da revista “Princípios”

A parte brasileira da Amazônia, Amazônia Legal, corresponde a 61% da área total do país. Essa região concentra extraordinária biodiversidade, ricas jazidas de minérios, cerca de 2


Essa região – por tais dimensões de riqueza – se impõe como parte destacada do projeto nacional de desenvolvimento. Para alguns, erroneamente, para preservá-la é necessário colocá-la à margem do desenvolvimento, e outros entendem “desenvolvimento” como saque e destruição. O engate pleno da Amazônia nesse projeto demanda tarefas sinérgicas e múltiplas por parte do Estado e do governo que poderiam ser sintetizadas em quatro verbos: defender, conhecer, preservar e desenvolver.


 


 


Como diz o professor Ennio Candotti, da SBPC, é preciso uma espécie de “chamada geral” em prol da Amazônia a partir da consciência de que se trava uma “guerra” na região. Ao justificar a realização, em julho de 2007 – na Amazônia, em Belém – da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) afirma tratar-se de “um dever nacional” colocar a Amazônia na pauta política e resolvê-la com a maior a brevidade. “Antes que outros resolvam por nós”.


 


 


Possuidora de tamanha riqueza, ela é alvo da cobiça do imperialismo. Diferentes argumentos são utilizados para saquear ou piratear seus tesouros, questionar e ameaçar a soberania brasileira sobre ela.


 


 


Tais ambições apresentam-se, na atualidade, camufladas num falso discurso ambiental e na surrada, porém enganosa, tese da “Amazônia, patrimônio da Humanidade”. Salvaguardá-la das ameaças e de perigos de toda espécie emanados do expansionismo das grandes potências é um dever do Estado nacional. Defender a Amazônia tem uma dimensão de segurança que se expressa numa política e na presença das Forças Armadas na região. Mas, a sua defesa vai muito além da dimensão militar.


 


 


Conhecer a Amazônia é um desafio que persiste. E o alarmante é constatar haver 70% de trabalhos científicos sobre a Amazônia de pesquisadores de outros países. Conhecê-la bem mediante os diferentes domínios das ciências. Isso exige aumentar a pesquisa nacional sobre a região. Demanda fortalecer as universidades e centros de pesquisa da Amazônia. Formar jovens cientistas e recursos humanos indispensáveis à produção de soluções originais que a região exige. Valorizar o conhecimento tradicional da população indígena e ribeirinha. O Brasil desenvolver o conhecimento sobre a Amazônia é, também, um dos principais antídotos contra a biopirataria.


 


 


Conhecê-la para preservá-la e desenvolvê-la! Não usufruir suas riquezas sob o argumento de que o desenvolvimento a depredará, além de efetivamente não protegê-la, seria negar ao país e ao povo o acesso a uma riqueza que lhes pertence e, simultaneamente, manteria tal riqueza como uma reserva resguardada num “santuário” para o saque das grandes potências no tempo que lhes for conveniente.


 


 


Desenvolvimento a serviço do interesses nacionais e da elevação da qualidade de vida do povo brasileiro, em especial, da população local. Tantos números gigantescos se chocam com a miséria da população amazônica e com a violência de que é vítima. O mundo do trabalho na região é marcado pela diversidade e pelo contraste. Ilhas de prosperidade e expansão da agroindústria e, ao mesmo tempo, presença do trabalho escravo e grande número de conflitos de terra patrocinados pelo latifúndio.


 


 


Na Amazônia Legal há 57% do total das terras indígenas e mais de 30% da população indígena do país, o que exige do Estado nacional enfrentar o desafio de – como determina a Constituição – compatibilizar os interesses nacionais com os direitos dos povos indígenas.


 


 


Princípios 90


 


           


Na edição 90 de Princípios há diversos textos e entrevistas sobre o vasto tema da Amazônia:


 


 


Eron Bezerra escreve “A Amazônia e o projeto nacional de desenvolvimento sustentado”, em que demonstra que uma política de desenvolvimento sustentado deve elevar o nível de renda da população e assegurar a soberania do país sobre a região.


 


 


Em entrevista com Ennio Candotti (“Amazônia: desafio nacional”), o presidente da SBPC falou sobre a Reunião Anual da entidade que ocorre em Belém (de 8 a 13 de julho). Ele expôs as reflexões da comunidade científica brasileira sobre a Amazônia e os desafios para o desenvolvimento da região, incluindo a política científica e tecnológica.


 


 


No texto “Amazônia: o momento é de unidade nacional”, Vanessa Grazziotin (presidente da Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados) defende a tese de que somente a unidade de todos os segmentos pode superar os grandes obstáculos estruturais enfrentados pelo país, que já passa a ter um novo olhar sobre a Amazônia.


 


 


Em “Amazônia: trabalho escravo, conflitos de terra e reforma agrária”, Socorro Gomes (secretária de Justiça e Direitos Humanos do Pará) e Ronaldo Lima Araújo (UFPA) demonstram que o desenvolvimento da região não pode resultar de um planejamento feito de fora para dentro, ele deve incluir os trabalhadores da Amazônia.


 


 


A problemática indígena também comparece nesta edição de Princípios. Paulo Machado Guimarães, em “Aspectos e desafios da realidade indígena no Brasil e na Amazônia” expõe que no atual momento, a contribuição das forças progressistas e de esquerda no trato da questão indígena assume relevância histórica.


 


 


Em entrevista (“Plantas do Futuro”: uma nova economia para a Amazônia) o pesquisador do Museu Emilio Goeldi, Samuel Soares de Almeida, demonstra ser mais vantajoso economicamente o manejo de plantas nativas que outras formas como a exploração da madeira.


 


 


Ainda sobre o tema de capa da Amazônia, Moisés Diniz escreve o ensaio ecológico “A flor verde”.


 


 


No aspecto da cultura da Amazônia, Princípios apresenta uma matéria com trechos de Thiago de Mello e imagens de Pedro Martinelli e Araquém Alcântara (Amazônia: conhecer, preservar, desenvolver…); e José Varella Pereira escreve “Rio-lato de viagem sincrônica às ilhas da criaturada grande” sobre o centenário do escritor Dalcídio Jurandir – que quando dirigente da ANL e do PC do Brasil filiou e orientou João Amazonas na década de 1930.


 


 


Princípios 90 traz ainda os temas e textos:


 


 


TEORIA


Lincoln Secco (Hegemonia e poder local no Brasil: notas a partir de alguns conceitos de Gramsci)


INTERNACIONAL


Rosa Albina Garavito Elias (Os desafios da esquerda no México)


HISTÓRIA


Júlio Velloso (Caio Prado Júnior, 100 anos)


Ronald Freitas (Ousadia de um jovem de 85 anos)


 


 


Lançamento de Princípios na SBPC em Belém/PA


A revista Princípios com capa sobre a Amazônia será lançada durante a Reunião Anual da SBPC que ocorre em Belém e também tem como tema central a Amazônia.. O lançamento será no próximo dia 10 de julho (terça), às 18 horas no Plenário da Câmara Municipal de Belém, e contará com a presença de lideranças políticas, científicas e populares, além de diversos autores de textos desta edição.


 


 


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