Cavalgada resgata cultura de vaqueiros

Cavalgada em Maracanaú reuniu criadores de cavalos e montadores de vários municípios do Estado em sua segunda edição.

Chapéu de couro, botas no pé e chicote na mão. Aproximadamente 200 adeptos do estilo vaqueiro tomaram as ruas de Maracanaú para a realização da II Cavalgada do município. Homens, mulheres e crianças selaram seus cavalos e saíram pela cidade entoando cantigas sertanejas no evento que resgata a cultura do vaqueiro cearense.


 


A cavalgada começou como uma brincadeira, um evento entre amigos, conta um dos organizadores Francisco Roberto Magalhães. Aos poucos, criadores de outros municípios se agregaram ao evento. Este ano, muitos vieram de longe, como de Paramoti, que fica na região Norte do Estado; de Caucaia e Guaiúba. “A cavalgada resgata a emoção dessas pessoas que já viveram a vida de vaqueiro”, frisa Magalhães.


 


Foi em busca dessa emoção que a moradora de Maracanaú Marilene dos Santos de Oliveira, de 42 anos, arrumou um cavalo emprestado para participar do evento. Ela conta que não montava há mais de 20 anos e só em selar o cavalo pôde lembrar de outros tempos, quando ainda morava em Palmácia. “Se a gente monta uma vez, pode montar mais uns 100 anos”, frisa a mulher com espírito de vaqueiro que espera um dia poder comprar seu cavalo.


 


Os cavaleiros e as amazonas, ou melhor, vaqueiros e vaqueiras, saíram da concentração, em frente ao Clube de Vaquejada do Conjunto Timbó, passaram por ruas e avenidas do município em direção à estrada que leva à Maranguape. Foram cerca de 17 km de um desfile de cavalos imponentes, eqüinos já cansados da lida e dos protagonistas dos hábitos rurais cearenses: os jumentos. Segundo o organizador da II Cavalgada de Maracanaú, a intenção é manter a periodicidade do evento, que deve se realizar a partir de agora sempre no segundo domingo de julho, como parte do calendário cultural do município.


 


Além de resgatar os valores da cultura nordestina, a Cavalgada promove uma aproximação entre as novas gerações e os animais. O pequeno vaqueiro Francisco Rafael de Sousa Santos, de 11 anos, gostou da idéia. Ele participou pela segunda vez do desfile e promete assiduidade para as próximas edições. “Eu gosto porque montar é divertido”, revela o menino. Rafael aprendeu a montar desde cedo, quando moravam no município de Mombaça. O avô mandou um cavalo para o garoto, que assim criou tanto afeição pelo animal, quanto gosto pela montaria.


 


 


Fonte: DN