Caros Amigos: a teia em que se meteu o Corinthians

Caros Amigos, em fevereiro de 2005, trouxe a público as suspeitas de lavagem de dinheiro que rondavam a parceria que unia o Corinthians à MSI, chefiada pelo iraniano Kia Joorabchian. A revista foi ameaçada de processo pela empresa, mas quem acabou no banc

Leia abaixo o texto publicado por João de Barros, na Caros Amigos, àquela época.


 


As investigações do Ministério Público apontam: é lavagem mesmo. E a trama está recheada de russos, argentinos, iranianos, israelenses e georgianos fugidos da Justiça ou da Interpol.



1. Operações em cascata, paraísos fiscais e investidores ocultos



Lavagem internacional de dinheiro. Essa será a principal conclusão do relatório final que deverá ser entregue ainda este mês ao Ministério Público Federal, pelos promotores Roberto Teixeira Pinto Porto e José Reinaldo Guimarães Carneiro, do Grupo de Atuação Especial para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco-SP). Desde o dia 18 de dezembro de 2004, eles investigam a parceria MSI-Corinthians, a partir de uma representação apresentada pelo deputado estadual Romeu Tuma Júnior (PPS). Até o final do mês passado, tinham produzido 3.000 páginas de documentos, distribuídos em sete volumes, contendo informações obtidas em organismos financeiros e policiais do Brasil e do exterior – de Brasília a Moscou.


 


Os promotores não têm dúvida de que o crime organizado está por trás da MSI-Corinthians. Baseiam-se nos seguintes indícios : os recursos são originários de paraísos fiscais ; as operações são feitas em cascata, por intermédio de off-shores ( empresas constituídas em paraísos fiscais ), de modo ocultar a identidade dos investidores ; e, quando surgem nomes, eles são sempre os de Boris Berezovski e Badri Patarkatsishvili, condenados pela Justiça russa por evasão de divisas e sonegação fiscal e refugiados na Inglaterra e na Geógia, respectivamente.


 


Por isso, o líder da MSI Brasil, o iraniano Kiavash Joorabchian, e Paulo Angioni, procurador das empresas Devetia Limited e Just Sports Inc., ambas com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas e sócias no negócio Corinthians, serão apontados como responsáveis pelo suposto crime porque ambos assinaram documentos que propiciaram as movimentações financeiras suspeitas das empresas envolvidas. Não está descartada, contudo, a hipótese de os diretores do Corinthians na parceria da MSI, Nesi Curi e Andrés Sanchez, e o presidente do clube, Alberto Dualib, também ser responsabilizados pelo crime.


 


Caso o relatório dos promotores estaduais de São Paulo seja acatado pela Justiça Federal (que também tem o poder de arquivá-lo ou solicitar mais investigações), os envolvidos poderão ser denunciados por prática de lavagem de dinheiro, cuja pena varia de três a dez anos de reclusão.


 



2. Os personagens, um por um


 



Dois argentinos e um israelense – Fernando Hidalgo, Gustavo Arribas e Pinhas (ou Pini) Zahavi, respectivamente – são donos da empresa HAZ Football Worlwide Ltd,, com sede em Gibraltar. A subsidiária argentina da HAZ, a HAZ Sport Agency, foi que pagou as comissões aos intermediários da venda do atacante Tevez ao Corinthians e os 15 por cento a que o jogador tinha direito na transação. O trio, portanto, associou-se a Kia Joorabchian no negócio Corinthians.



Outro israelense, David Hasan, é representante da Global Soccer Agency Ltd. (GSA), dona de 50 por cento do passe do meia Carlos Alberto, comprado pelo Corinthians no início do ano do F.C. do Porto, de Portugal (os outros 50 por cento são da MSI). A Global é outra empresa de Pinhas Zahavi, também de Gibraltar (registro número 89518), cuja subsidária é a WorldWide Soccer Agency Ltd., de Dublin, Irlanda. David Hasan, estranhamente, representa as duas a partir do escritório Bar-Nathan, Shochatovitch and Co., localizado no 18° andar do Azrieli Center the Round Tower, em Tel Aviv, Israel. Como se vê, assim como Zahavi, David Hasan é sócio de Kia Joorabchian no negócio Corinthians.



Dois georgianos misteriosos e outro muito conhecido – Zaza Toidze, Zaza Giorgi Imedaishvili e Badri Patarkatsishvili – são os responsáveis pelo empréstimo de 2 milhões de dólares ao Corinthians, enviados em nome da Devetia Limited (parceira da MSI brasileira), a partir da agência do Georgian Bank de Tbilisi. O suposto trio (se é que esse trio existe mesmo – veja o capítulo 5), portanto, é sócio de Kia Joorabchian no negócio Corinthians.



O multimilionário russo Boris Berezovski, exilado em Londres, é um capítulo à parte. O vice-presidente de futebol do Corinthians, Carlos Roberto Mello, confirmou, em depoimento aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, a informação publicada há dois meses por Caros Amigos de que Yelena Berezovski, mulher de Boris, visitou o Brasil em julho do ano passado. À revista, por telefone, o magnata disse que “ela foi ver com os próprios olhos o que o Kia está fazendo aí para me dar um feedback “. Berezovski diz que vai construir um estádio para o clube. Ele é, portanto, sócio de Kia Joorabchian no negócio Corinthians.



Um executivo iraniano – Reza Irani-Khermani. Este foi apontado pelo próprio Kia como o “cabeça financeiro” do grupo MSI, quando ele, Reza, esteve no Brasil, no fim do ano passado, e foi apresentado à banca de advogados Veirano, contratada pela MSI brasileira para assessorá-la juridicamente. O Gaeco confirmou a informação: “Qualquer movimentação financeira da MSI do Brasil ocorre com a anuência de Reza, que atua como o dono do dinheiro”. Ele é, portanto, sócio de Kia Joorabchian no negócio Corinthians.



Fernando Hidalgo, Gustavo Arribas, Pinhas (ou Pini) Zahavi, David Hasan, Boris Berezovski, Zaza Toidze, Zaza Giorgi Imedaishvili, Badri Patarkatsishvili, Reza Irani-Khermani, sócios de Kia Joorabchian no negócio Corinthians, têm algo em comum: todos eles estão envolvidos em negócios obscuros pelo mundo afora, do tráfico de armas e drogas à lavagem internacional de dinheiro e ao terrorismo, de acordo com os processos a que respondem nos países de origem ou, dependendo do caso, a inquéritos da Interpol.



3. Mistério: quanto, afinal, custou Carlitos Tevez?



O israelense Pinhas Zahavi é um predileto de Roman Abramovich, outro magnata da era pós-soviética, dono do clube inglês Chelsea e do russo CSKA e de uma fortuna de 13 bilhões de dólares, acusado de tráfico de diamantes em Angola. Foi Zahavi, em julho de 2003, quem apresentou Abramovich a Ken Bates, então presidente do Chelsea, ocasião em que o milionário russo assumiu o clube inglês com dívidas de 90 milhões de libras – mais de 450 milhões de reais –,transformando-o rapidamente num dos times mais ricos e fortes da Europa. Toda vez que Abramovich quer comprar um astro do futebol mundial, recorre a Zahavi. Foi assim com os argentinos Verón e Crespo, por exemplo.



A sociedade que Zahavi mantém com os argentinos Hidalgo e Arribas na HAZ gerou o negócio Tevez, quando os dois foram indicados a Kia Joorabchian, um novato no mundo do futebol, como “homens de confiança” – capazes de, digamos, “sensibilizar” o presidente do Boca Juniors, Mauricio Macri, quanto às vantagens de negociar o craque. E que vantagens!



Para começar, as partes anunciaram a venda do atleta como “a maior transação do futebol sul-americano –22,6 milhões de dólares!” No entanto, no início de março, o jornal Clarín, de Buenos Aires, publicou uma cópia do contrato celebrado entre os clubes, no dia 29 de novembro de 2004. Nele, lê-se no parágrafo terceiro: ” el precio total y definitivo de la cesión enunciada en la cláusula primera ” – que atesta ser o Boca o dono dos direitos do jogador – ” se conviene em la suma de US$ 16.000.000″.



Entretanto, no Contrato de Cessão e Transferência de Direitos Financeiros de Jogador de Futebol, firmado entre MSI e Corinthians no dia 30 de novembro de 2004, no qual o Corinthians cede e transfere à MSI a totalidade dos direitos financeiros de Tevez, lê-se na cláusula 2.1. que “a MSI pagará 17 milhões de dólares ao Boca em conformidade com o contrato feito entre os clubes” – 1 milhão de dólares a mais do que o acordo feito entre os times brasileiro e argentino no dia anterior! Detalhe: o contrato foi entregue como documento oficial ao Gaeco pelo presidente do Corinthians, Alberto Dualib.


 


Afinal, quanto custou Carlitos Tevez, 22,6 milhões de dólares, 17 milhões de dólares ou 16 milhões de dólares? Kia Joorabchian, investigado no Brasil pelo Ministério Público paulista por suposto crime de lavagem de dinheiro, expôs aos promotores do Gaeco a seguinte versão: “O valor de 22,6 milhões refere-se ao custo total do negócio”. Discriminado por Kia da seguinte forma: 16 milhões de dólares pelo passe, 2 milhões de dólares por conta de um suposto intercâmbio de jogadores juvenis que existiria entre os clubes, 1,8 milhão de dólares referentes a comissões para os agentes que intermediaram as negociações, 2,4 milhões de dólares para o jogador e 400.000 dólares de impostos e custos.



Na Argentina, o presidente do Boca, Mauricio Macri, investigado pela Unidad de Información Financiera por supostos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, apresentou versão semelhante. O Boca recebeu 19,5 milhões de dólares assim distribuídos: 16 milhões de dólares pelo passe do atleta, 2 milhões de dólares por conta do tal intercâmbio de jogadores juvenis e os restantes 1,5 milhão de dólares foram “doados” por Tevez para o clube investir nas categorias de base.


 


Porém, duas escorregadas de Kia, que anda jantando muito fora, esclareceram pormenores importantes da transação. Um: o tal contrato de intercâmbio de jogadores, segundo o qual o Corinthians reconhece o Boca como um celeiro formador de talentos, podendo mandar para lá jovens brasileiros para melhorar a técnica futebolística – algo quase impensável tempos atrás –, foi, na verdade, uma manobra jurídica do presidente do clube, Mauricio Macri, para burlar o fisco argentino e pagar menos impostos. Dois: a “doação” de Tevez foi uma imposição de Macri para liberar o atleta. “Ou repassa o dinheiro ou não tem negócio”, disse ao jogador. A esse respeito, aliás, há um contrato entre Tevez e o Boca. Nele, o jogador diz que a doação é um “reconhecimento” ao clube que o projetou; o Boca agradece e deseja ao craque muitas felicidades.


 


Da transação de Tevez para o Corinthians, o que se sabe com segurança é que o dinheiro não passou pelo Banco Central do Brasil. Foi depositado no Royal Bank of Canada, numa conta do Club Atlético Boca Juniors. Sabe-se, também, que os direitos econômicos da cessão do jogador foram repassados pelo Corinthians à MSI Group Limited, das ilhas Virgens Britânicas, e à Just Sports Inc., do mesmo paraíso fiscal, na proporção de 35 e 65 por cento, respectivamente. As autoridades financeiras brasileiras discutem se a negociação foi legal ou não. Se for considerada ilegal, a dúvida será o valor da multa – 16, 17 ou 22,6 milhões de dólares? Não há dúvida de quem pagará a conta – é o Corinthians.


 


4. Negócio privado, empresa privada, qual é o problema?


 


Pinhas Zahavi é tido na Europa como a “cabeça visível” dos investimentos de Abramovich no futebol mundial. O “Judeu”, como os íntimos o chamam, é considerado um sessentão educado, discreto e reservado. Mas a empresa dele, a Global de Gibraltar, age com grande desenvoltura na Europa. Na Holanda, quer fazer parceria com o Feyenoord, de Roterdã. Na Espanha, está em tratativas para investir no time galego Deportivo La Coruña. Na Polônia, insiste em comprar o semifalido Warsaw F.C., de Varsóvia, e construir um estádio com 20.000 lugares para o clube. Em todos esses lugares, porém, há resistência às investidas da Global por causa da obscura origem do dinheiro – que seria da máfia russa.



Representado pelo patrício David Hasan, Zahavi botou o pé no futebol brasileiro em janeiro deste ano, quando o meia Carlos Alberto foi vendido ao Corinthians pelo F.C. do Porto, de Portugal, por 6,766 milhões de euros e imediatamente repassado, meio a meio, à MSI, de Kia, e à Global, de Zahavi. Segundo o documento de cessão do atleta às empresas, assinado por Alberto Dualib, a Global tem o direito de “obrigar o Corinthians a vender o jogador” quando bem entender, bastando uma comunicação formal. Se o clube paulista desrespeitar a cláusula, terá de pagar uma “indenização pré-acordada de 4,5 milhões de euros”. Em caso de disputa judicial, um “tribunal inglês” decidirá a pendenga.



Alcançado em Tel Aviv por Caros Amigos, Zahavi não quis falar a razão de ter-se associado à MSI de Kia Joorabchian. “Não discuto meu trabalho nem meu papel na transação”, disse, com polidez britânica. “Trata-se de um negócio privado, realizado por uma empresa privada investindo em futebol. Qual é o problema?”, finalizou, indicando o escritório do procurador David Hazan como possível fonte de informação. A fonte, porém, era seca: Shochatovitch, advogado sócio da Bar-Nathan, Shochatovitch and Co., disse que o procurador Hazan quase nunca aparece por lá.



5. Um Zaza, dois Zazas, Zaza existe?



Tbilisi é capital da Geórgia, uma ex-república soviética do Cáucaso. Nessa cidade, uma seleta delegação corintiana – composta pelo presidente Dualib, a neta Carla, Nesi Curi e Andrés Sanchez, dois atuais diretores do Corinthians na gestão da MSI – foi recebida com pompa, em agosto do ano passado, pelo magnata Badri Patarkatsishvili, que vive ali desde 2001, depois de fugir da Rússia sob acusação de fraudes milionárias e corrupção. Badri recebeu a trupe corintiana a pedido de Boris Berezovski, que assim atendia a um “pedido pessoal do amigo Kia”.



À repórter Natalia Viana, Berezovski relembrou o episódio: “Kia queria parceiros para investir no Brasil. Convidou-me. Disse a ele que eu investiria num estádio de futebol, em razão das boas chances de o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014. Por outro lado, eu tenho um sócio, Badri, na Geórgia, e ele um time de futebol (o Dínamo local). O Kia também o conhece bem. Então, eu apresentei o projeto ao Badri, o Kia e o Dualib viajaram a Tbilisi, e meu amigo Badri aceitou participar do negócio do Corinthians”.



E é de Tbilisi que surge uma misteriosa operação triangular de empréstimo de 2 milhões de dólares ao Corinthians. No dia 21 de dezembro passado, um sujeito se apresentou ao Georgian Bank local como Zaza Toidze, portador do passaporte número 0103458, e transferiu, em nome da Devetia Limited, a soma para a conta número 140.133.611 da agência do Bank of America de Nova York. Dos Estados Unidos, o dinheiro chegou ao Brasil, via Banco Central.



No início do mês, com o número do passaporte de Toidze em mãos, o repórter georgiano George Sepashvili, buscando pistas que o levassem ao paradeiro do depositante, foi checar o documento com as autoridades de Tbilisi e levou um susto. O número do registro do passaporte apresentado ao Georgian Bank pertence a Zaza Giorgi Imedaishvili, nascido no dia 23 de junho de 1975, residente em 3 Ponichala Street, Tbilísi. Zaza Giorgi Imedishvili não mora mais lá.



Quem será esse georgiano que empresta 2 milhões de dólares a um clube de futebol do outro lado do mundo e se esconde à sombra de Zazas? Até Kia diz que “não sabe quem é”, embora o conheça de nome – “Zaza Toidze”! –, conforme declarou à Justiça, a quem detalhou parte da operação: “Essa pessoa emprestou 2 milhões de dólares à Devetia, que, por sua vez, repassou a quantia ao Corinthians”. Kia disse mais: “Zaza irá receber o investimento de volta, e com juros!” E arrematou: “O nome dele surgiu para dar mais transparência ao empréstimo realizado”. E Zaza Giorgi Imediashvili? Não, esse nome Kia nunca ouviu falar.



Quando Zaza emprestou o dinheiro ao Corinthians, Badri Patarkatsishvili ainda fazia o que queria na Geórgia. Porém, se fosse hoje, talvez Berezovski mandasse o jato particular, que levou Dualib e comitiva a Tbilisi, aterrissar em outra freguesia. Badri está indo para a Ucrânia. Seu grande protetor político na Geórgia, o primeiro-ministro neoliberal Zurab Zhvania, e Raul Usupov, governador da província de Kvemo Kartli, foram encontrados mortos, em 3 de fevereiro último, na casa de Usupov, vítimas de intoxicação por monóxido de carbono. As mortes foram consideradas acidentais. Agora, o presidente do país, Mikheil Saakashvili, ameaça investigar os negócios de Badri.



Curiosamente, Badri anunciou a mudança da Geórgia para a Ucrânia uma semana depois de Berezovski visitar Kiev, capital ucraniana, sob a identidade de Platon Yelenin, nome que consta no seu passaporte inglês. E, também, pouco depois de ambos aparecerem numa lista de duzentos suspeitos de operações financeiras ilegais (lavagem internacional de dinheiro), cujo montante chega a 372 milhões de dólares, realizadas por intermédio do Banco Hapoalim de Tel Aviv, Israel.



6. O presidente do Corinthians: “Isso não dá em nada”


 


No final do ano passado, a MSI arrendou o departamento de futebol do Corinthians por 35 milhões de dólares – dos quais, 20 milhões seriam para o pagamento de dívidas do clube. Segundo o Banco Central do Brasil, até o dia 31 de março de 2005, a Just, sócia majoritária na parceria (73,9 por cento) e da qual Kia Joorabchian é um dos investidores, não enviara nenhum tostão ao Brasil. A MSI inglesa, com participação minoritária (1,02 por cento), também não mandara nada. Somente a Devetia, sabe-se agora controlada por uma tal GGAW Limited, também das Ilhas Virgens Britânicas (dona de 24,9 por cento da parceria), remetera, via Banco Central, 2,7 milhões de dólares ao clube a título de empréstimo e outros 2 milhões como integralização de capital.



Nada que impedisse, no entanto, Kia e seus sócios de engordar o elenco corintiano em 120 milhões de reais, com as contratações dos argentinos Tevez, Sebá, Mascherano (apresenta-se até julho ao clube) e do técnico Passarella, além dos atletas brasileiros Marcelo Mattos, Roger, Gustavo Nery e Carlos Alberto.



Nos bastidores do clube, o presidente Dualib dá como certo o destino das investigações sobre a parceria – o esquecimento. “Não vai dar em nada”, responde a quem o indaga sobre as investigações. Nos bastidores da MSI, a orientação para Kia é a de que ele se afaste de nomes que possam lhe trazer dores de cabeça desnecessárias. Isso explica, por exemplo, o fato de ele alijar do negócio o “empresário” Renato Duprat, responsável pela apresentação da MSI ao Corinthians (Duprat responde, entre outros, a processos na Justiça pela falência do plano de saúde Unicór).



O jogo está longe de acabar. Nada mau para Kia ter na defesa uma advogada que integra a banca do escritório de criminalística que pertenceu ao ministro Márcio Thomaz Bastos. Serve, ao menos, como cartão de visita.