Começam os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro

Com o hino nacional cantado por Elza Soares, foi iniciada nesta sexta-feira (13) a cerimônia de inauguração dos 15.º Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. A festa começou com um atraso de 30 minutos mas superou as expectativas, inclusive da mídia especializada, que cobria o evento. O público ovacionou a apresentação de Elza, visivelmente emocionada ao cantar o hino nacional.

 

Os números da festa, comandada pela carnavalesca Rosa Magalhães, são altos: 4.500 mil voluntários, treinados por uma equipe de cinco coreógrafos desfilaram 5.365 fantasias e 155 alegorias. A iluminação foi produzida por um jogo de mil luzes, sincronizadas e gerenciadas  por computador. 11 mil fogos de artifício foram disparados de 127 pontos.

A pira oficial, feita de alumínio, tem 6 metros de diâmetro, outros 6 metros de altura e pesa cinco toneladas. Ela foi acesa com a tocha dos jogos, que percorreu 50 cidades do Brasil. Para manter a pira acesa durante a festa de abertura, serão queimados 750kg de gás líquido de petróleo, a uma temperatura que varia entre 100 e 400 graus.

O desfile das delegações foi aberto pela Argentina, que sediou a primeira edição dos Jogos Panamericanos, em 1951. A delegação de Cuba apresentou-se vestida de verde e amarelo, em tons claros, e entrou no Maracanã com bandeirinhas cubanas e brasileiras. Foi fortemente aplaudida pelo público.

Minutos depois, a delegação dos Estados Unidos foi recebida com vaias pelo público. Uma das maiores potências esportivas do mundo, os EUA chegam sem as principais estrelas da natação, atletismo e basquete. Mesmo com novatos, a delegação é uma das principais candidatas a medalhas. A curiosidade é que a jogadora de vôlei Danielle Scott-Arruda, que carregou a bandeira americana, é casada com um brasileiro, já atuou no país e é corintiana.

 

Em relação às delegações de Venezuela e Bolívia, o público teve o mesmo comportamento que diante das outras delegações, poucos aplausos e poucas vaias. Mas a grande fez questão de destacar que ambas teriam sido fortemente vaiadas, como se

 

Cerca de 40 minutos após Elza Soares cantar o hino, a delegação brasileira entrou no Maracanã, com o maratonista Vanderlei Cordeiro, medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas, levando a bandeira do país. Dançando samba, a delegação emocionou as cerca de 95 mil pessoas, inclusive o presidente Lula, que foi flagrado pelas câmeras da Rede Globo com os olhos cheios d'água.

 

Após os desfiles das delegações, a Orquestra Sinfônica do Brasil executou o hino pan-americano, composto para os Jogos. Em seguida começou a apresentação artística, que explorou três temas, a energia do Sol, das águas e do Homem.

 

Quebra de protocolo

 

Uma quebra de protocolo ocorreu no momento de anunciar a abertura oficial dos jogos. No momento de anunciar a abertura oficial dos jogos, o presidente Lula foi substituído pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman.

 

 

A grande mídia não teve dúvidas em anunciar que o motivo teria sido as vaias que Lula recebera. Segundo a assessoria de imprensa da Presidência, houve um ''desencontro de cerimoniais'', ou seja, uma gafe. Já o Co-Rio (comitê organizador do Pan 2007) não deu sua versão e disse que ainda está investigando a razão da confusão.

 

Mas o presidente foi também bastante aplaudido, algo que a grande mídia omitiu e que somente foi mencionado por um dos apresentadores do Sportcenter, um programa de uma emissora de TV por assinatura dedicada a esportes e filial de uma grande emissora americana, a ESPN Brasil. Desnecessário dizer que a audiência deste programa, nesta emissora, é baixíssima se comparada à dos noticiários dos canais de televisão abertos.

 

O show continua

 

À parte dessa quebra de protocolo, a parte central do espetáculo foi conformada por três segmentos dedicados a louvar a natureza carioca e brasileira em geral, tendo como motivo principal o sol — símbolo dos jogos — o mar e o homem.

Nesse espaço foi possível ouvir variações sobre clássicos da música brasileira tais como Trenzinho do Caipira, do já mítico Heitor Villa-Lobos, Brasileirinho de Waldir Azevedo e Na cadência do samba (Que bonito é!) de Luis Bandeira.

A cantora Céu, interpretou em tom menor A Felicidade, de outra grande dupla: Tom Jobim e Vinícius de Moraes, enquanto Adriana Calcanhoto, acompanhada de seu violão e subida numa enorme cadeira, interpretou Acalanto, de um dos pilares da música  baiana e brasileira: Dorival Caymmi.

A chama pan-americana, que durante vários meses percorreu o continente e o Brasil, foi entregue de mão em mão numa fila de renomados esportistas brasileiros, sendo acesa no final, na surpreendente tocha em forma circular imitando um sol — para a mídia uma grande novidade neste tipo de evento.

O fim da festa foi cantado na voz de Daniela Mercury, que emprestou sua voz aos hinos alternativos do Rio e o Brasil: Cidade Maravilhosa e Aquarela do Brasil, demonstrando que ambas as peças são como os bons vinhos, enquanto mais tempo passa, melhores ficam. No final: uma chuva de ouro, fogos de artifício e milhares de rostos emocionados.

 

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