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Bolsas afundam nos EUA; analistas vêem risco de crise

As bolsas de valores dos Estados Unidos despencaram nesta sexta-feira (3) depois que um executivo do Bear Stearns disse que os mercados de crédito estão no pior momento em duas décadas. Além disso, dados decepcionantes sobe a economia trouxeram preocupaçã

Principal índice de Wall Street, o Dow Jones Industrial Average (DJIA) perdeu quase 300 pontos nesta sexta-feira, em um mercado afetado por temores sobre a crise do setor hipotecário de risco. O DJIA caiu 2,11%, ou 284,27 pontos, para encerrar o dia a 13.179,06 unidades


 


O termômetro de tecnologia Nasdaq (IXIC) caiu 2,51%, para 2.511 pontos. Já o índice Standard & Poor's 500 (SPX) teve desvalorização de 2,66%, para 1.433 pontos. As ações do Bear Sterns caíram 5,9% em meio à tensão dos investidores com o mercado de crédito imobiliário que derrubou os principais índices para uma queda de mais de 2%. Foi o pior dia para os índices Nasdaq e S&P 500 desde 27 de fevereiro.


 


Mais cedo, a Standard & Poor's revisou negativamente a perspectiva de avaliação da dívida do Bear Sterns de ''estável'' para ''negativa'', dizendo que a maior subscritora de títulos hipotecários dos Estados Unidos pode ter problemas por um ''período extenso''.


 


Tendências


 


O vice-presidente de finanças do Bear Sterns, Sam Molinaro, também disse nesta sexta-feira que a turbulência dos mercados e o aumento da aversão ao risco pode ser pior para os mercados do que o crash da bolsa em 1987 e o estouro da bolha da internet em 2000.


 


''A coisa está feia agora'', disse Peter Kenny, diretor-gerente da Knight Equity Markets, em Jersey City, Nova Jersey. ''Os comentários do Bear Sterns realmente empurraram o mercado para baixo'', disse.


 


Mais cedo, os investidores receberam dados piores que o esperado sobre a economia norte-americana. Segundo o Departamento de Trabalho norte-americano, o país abriu 92 mil vagas em julho. É o número mais baixo de contratações desde fevereiro – e uma decepção para os analistas, que esperavam a criação de 135 mil postos.


 


Além de o mercado de trabalho ter mostrado sinais de fadiga e desaceleração em julho, houve também uma alta do desemprego a 4,6% – nível mais alto desde janeiro. ''Os números mais baixos que o previsto do relatório sobre o emprego reforçam os temores de que a economia pode desacelerar por causa do problema das 'subprimes''', afirmou Al Goldman, analista da AG Edwards.


 


Os investidores temem que as dificuldades do setor imobiliário e dos créditos hipotecários de risco (''subprime'') cheguem ao setor financeiro, afetando o crescimento. Para piorar, o índice da atividade do setor de serviços norte-americano – que representa cerca de 80% da economia do país – caiu para 55,8 em julho, ante 60,7 em junho. Os analistas esperavam que alcançasse os 59%.