Sem categoria

Metroviários suspendem greve em SP após decisão do TRT

Acabou a paralisação dos metroviários de São Paulo. Em assembléia realizada nesta sexta-feira (3), na sede do sindicato da categoria, no Tatuapé, os funcionários do Metrô paulista decidiram suspender a greve iniciada à 0 hora de quinta-feira (2). Pela man

A juíza relatora do caso, Cátia Lungov, determinou que o sindicato deve pagar R$ 200 mil, referente aos dois dias de greve, por não cumprir a imposição de manter 85% do serviço em funcionamento nos horários de pico. São R$ 100 mil de multa por dia de greve. Os outros cinco magistrados que participavam da sessão acompanharam o voto da relatora.


 


“Diante desta decisão, somada à intransigência do Metrô e governo do Estado em negociar com o Sindicato, mais os transtornos causados à população, a assembléia realizada no início desta noite deliberou pelo fim da greve iniciada na primeira hora de 2/8”, declarou, em nota, o Sindicato dos Metroviários. “Contudo, a categoria metroviária vai continuar mobilizada, em unidade e organizada para garantir seu direito pela Participação nos Resultados.”


 


Divergências sobre o Plano de Participação nos Lucros e Resultado (PLR) provocaram o movimento. O sindicato reivindicou que todas as categorias de metroviários recebessem o mesmo índice da proporcionalidade do PLR, sem levar em conta o índice de produtividade. Os empregadores, porém, exigiam negociar a questão da proporcionalidade.


 


“Nós fizemos nesta madrugada (de sexta) três propostas para a Companhia do Metrô e para a Secretaria de Transportes Metropolitanos”, afirmou Flavio Godoy, presidente do Sindicato dos Metroviários. “Nenhuma foi aceita, porque continua o impasse na discussão do pagamento da distribuição da participação proporcional aos salários. Somos contra a proporcionalidade.”


 


Nesta sexta, funcionaram as estações da linha 1-azul (que liga o Jabaquara ao Tucuruvi) e as da linha 2-verde entre Ana Rosa e Clínicas. Às 9h30, o Metrô e a CPTM abriram o setor de integração gratuita entre os dois sistemas, na Luz, mas ele foi fechado novamente no fim da tarde.


 


Os golpes baixos de Serra


 


A Justiça foi intransigente com a categoria. Os metroviários receberam uma multa adicional por “litigância de má-fé” no valor de 5% sobre o valor da 1,5 folha de salários líquida do Metrô, segundo o TRT. Os grevistas terão descontados em seus salários os dias parados.


 


Já o governador paulista, José Serra, promete golpes baixos para reagir às próximas manifestações da categoria. A começar, o tucano insinua demissões em massa, como se a greve não fosse um direito do trabalhador – e como se o TRT já não tivesse aplicado punição legal.


 


Além disso, o governo do estado pretende contratar cem funcionários para que o Metrô possa operar em dias de greve, de acordo com o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luís Portella. Segundo ele, a intenção é que 40 dos novos contratados formem um “banco de reserva” e sejam acionados em casos de emergência.


 


A estratégia de Serra é clara: os outros 60 profissionais serão registrados como “supervisores” – o que não os caracteriza como metroviários, mas como ocupantes de cargos de confiança. Sendo assim, eles não seriam sindicalizados como metroviários e não poderiam acatar decisões da categoria.


 


Não é só: sem se preocupar com os milhares de metroviários que correm risco de demissão, o secretário disse também que o plano do governo, a longo prazo, é possuir sistema “driverless”, que permitem o funcionamento dos trens sem operador.