China retira lemas severos de planificação familiar
Em um esforço para atrair mais compreensão para a política de controle de natalidade no país, a autoridade suprema de planificação familiar da China decidiu eliminar os temas severos ou de palavras ásperas no meio rural, que pedem ao povo que tenham me
Publicado 06/08/2007 12:35
A Comissão Nacional de População e Planificação Familiar emitiu uma circular esta semana exigindo aos funcionários locais que substituam os tais lemas severos, considerados ofensivos e de mau gosto, por outros 190 lemas que foram selecionados em uma campanha nacional.
A comissão disse na circular que atualmente muitos lemas que promovem a política de planificação familiar estão mal redigidos, cheios de linguagem coloquial que deixam a impressão de forçar o povo a renunciar ter mais filhos, causando uma má interpretação da política e até manchando a imagem do governo.
Os problemas não serão descuidados, diz o comunicado, embora admita que os lemas deempenharam um papel indispensável na promoção da política estatal de planificação familiar e na criação de um ambiente favorável para o controle de crescimento da população.
Antes da campanha de limpeza da comissão, alguns lemas considerados ridículos do controle de população transformaram-se, há muito, em fonte de inspiração para os humoristas do país por meio da Internet.
Muitos lemas publicados em BBS ou blogs vão desde os “cândidos” como “Crie menos bebês mas mais porcos” até outros convincentes ou sangrentos como “Casas durrubadas, vacas confiscadas, se demanda de aborto for recusada” e “Um bebê a mais significa uma tumba a mais”.
“Se tais temas de baixa categoria que possam causar queixa ou ressentimentos públicos não são corrigidos e permaneçam onde estão, os esforços para a planificação familiar do país nos novos tempos serão obstruídos”, diz o relatório, que propõe ainda uma lista de lemas mais amistosos, como ” A mãe-terra está muito cansada para manter mais crianças” ou “Tanto meninos como meninas são corações dos pais”.
A política de planejamento familiar, posta em prática em 1979, permite às famílias ter somente um filho, mas os casais de minorias étnicas podem ter mais de uma criança, enquanto que a restrição nas áreas rurais foi mais relaxada nos anos recentes.
A política ajudou a China a reduzir a velocidade de crescimento de sua população, atrasando em quatro anos a chegada do país a 1,3 bilhão de habitantes, alcançada em princípios de 2005.
Entretanto, a idéia tradicional de que mais crianças trazem maior felicidade ainda prevalece nas áreas rurais, desafiando os esforços para o controle da população do país. E a tradicional preferência por meninos conduz às vezes ao aborto seletivo, causando preocupações pelo desequilíbrio na proporção entre gêneros.
Fonte: Xinhua